O médico-legista George Sanguinetti, contratado pelos advogados de defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá para analisar os laudos do Instituto Médico Legal (IML) e Instituto de Criminalística (IC) referentes à morte da menina Isabella, está desde a manhã desta quarta-feira (10) no Edifício London, na Zona Norte de São Paulo, onde a criança foi morta. O legista pretende refazer parte da perícia.
O legista está acompanhado de outros quatro especialistas contratados pela defesa, do pai de Alexandre, o advogado Antônio Nardoni, e dos advogados contratados pela família.
Por volta das 11h30, eles examinavam o gramado do jardim do edifício, onde Isabella caiu após ser arremessada do 6º andar. A perita criminal aposentada Delma Gama registrava informações em um gravador digital.
Os peritos tinham uma trena nas mãos para fazer medições no local. O grupo era acompanhado, ainda, por um fotógrafo e um homem que registrava o trabalho com uma câmera de vídeo. No mesmo horário, outros especialistas, todos de avental branco, mexiam na tela de proteção da sala do apartamento da família, no 6º andar do edifício.
Alguns moradores observavam a vistoria das janelas de seus apartamentos. De acordo com um policial militar que atua na região, alguns moradores pediram que um carro da PM fosse acionado para dar segurança ao edifício. Os trabalhos dos peritos começaram por volta das 9h30. Crime
Isabella foi morta no dia 29 de março, após ser jogada do 6º andar do prédio em que seu pai morava. O parecer dos legistas contratados pela defesa foi feito com base nos laudos, sem qualquer contato com o local do crime ou com o cadáver da criança. O legista iria ao prédio no dia 29 de maio, mas desistiu da vistoria.
Segundo a defesa, a chave do apartamento ficou no Fórum de Santana desde a conclusão do inquérito pela polícia até pelo menos a última semana. A família poderia ter retirado a chave, mas preferiu esperar a ida dos peritos a São Paulo para que eles encontrassem o imóvel assim como foi deixado pelos peritos da Polícia Científica.
Segundo o médico-legista, a menina estava consciente ao ser lançada pela janela, e não sofreu esganadura. Ele argumenta que Isabella teve uma fratura de hiperextensão no pulso ao cair no jardim do edifício. "Ela instintivamente estendeu o braço para diminuir o impacto (da queda). Ela estava consciente", afirmou ele.
11/06/2008 | 12:19 | G1/Globo.com