Site : A Notícia 11/12/1999
Médico-legista é acusado de ter recebido dinheiro para forjar laudo sobre as mortes de PC e Suzana Campinas, SP -
O médico-legista Fortunato Badan Palhares decidiu processar por crime contra honra o perito alagoano George Sanguinetti, que em depoimento à CPI do Narcotráfico, anteontem, o acusou de ter recebido R$ 400 mil para forjar o laudo sobre as mortes do empresário Paulo Cesar Farias e sua namorada, Suzana Marcolino, em 1996. Os advogados de Badan também ingressaram ontem no Conselho Regional de Medicina com uma ação contra Sanguinetti, por quebra de ética e uso indevido de título. A advogada Tereza Doro, que defende Badan, voltou a desafiar o ex-governador de Alagoas Geraldo Bulhões a provar que seu cliente teria recebido dinheiro para forjar o laudo. "Se ele (Bulhões) tem alguma testemunha, então terá de apresentá-la publicamente para dizer onde, quando, como e a mando de quem meu cliente recebeu o dinheiro", disse. "Se essa suposta testemunha não for apresentada, vamos interpelá-lo na Justiça por crime contra honra." A advogada também contestou a versão de que, à época da elaboração do laudo, o extrato bancário de Badan teria indicado movimento de R$ 400 mil. Segundo ela, a única movimentação diferente na conta de Badan em 96 refere-se à venda de um imóvel. "Mesmo assim, o negócio foi feito antes da morte de PC, no valor de R$ 120 mil", afirma. Tereza disse que a análise das contas bancárias de Badan comprovarão a versão do legista. "Temos todos os extratos e não foi constatada nenhuma irregularidade", garante. Segundo ela, a Receita Federal também já realizou um "pente fino". A advogada disse possuir informações de que Sanguinetti teria recebido R$ 200 mil para levantar a suspeita de duplo homicídio sobre as mortes do empresário PC e Suzana. "Não posso provar, mas ouvi esses comentários em maio, quando estive em Maceió para conhecer o inquérito", disse. Os comentários, segundo ela, circularam no Fórum de Maceió, onde "todos consideram Sanguinetti um homem com problemas". Eduardo Amaral, em entrevista ontem, não confirmou a versão do ex-governador Geraldo Bulhões de que o médico-legisla Badan Palhares teria recebido R$ 400 mil para forjar o laudo da morte de Paulo Cesar Farias e Suzana Marcolino em junho de 1996. "Bulhões vai ter que provar isso", afirmou o servidor.
Leia mais e Tire suas Dúvidas : Você é o Repórter