Discurso de posse do governador Teotonio Vilela Filho na Assembléia Legislativa Estadual
Minhas amigas, meus amigos:
Meu pai, o velho Teotônio, pouco na antes de nos deixar, disse uma frase que eu pretendo deixar marcada no dia da minha posse no Governo de Alagoas. Disse o velho Menestrel: "se eu pudesse renascer hoje, havia de dedicar todo o meu tempo novo a uma campanha de restauração da dignidade da vida do país".
É em nome desse sonho que assumo hoje o mais alto cargo da minha vida pública, com a responsabilidade de dirigir os destinos do nosso Estado.
E aqui chego depois de 20 anos de vida pública dedicados à defesa dos interesses de Alagoas em Brasília, onde lutei para trazer recursos fundamentais para o desenvolvimento, para a geração de empregos, para a segurança, para a educação e para a saúde do nosso povo.
Chego ao governo depois de uma campanha memorável, onde assumi o compromisso de combater a violência, priorizar a educação e a formação profissional, fortalecer o agronegócio e a agricultura familiar e desenvolver o turismo - tudo isso com o objetivo de gerar empregos, mais empregos para o nosso povo.
Nossos parâmetros serão as conquistas contra a miséria, particularmente contra a fome e contra a sede, na melhoria da distribuição de renda e na recuperação de nossos indicadores sociais. Farei um governo voltado para o desenvolvimento. Um governo com o foco na melhoria da qualidade de vida dos alagoanos. Um governo para os mais pobres.
Assumo o compromisso maior de por fim ao crime de mando, à pistolagem e à impunidade. Serei implacável no combate a esses males que afligem toda a nossa sociedade.
Tenho consciência de que somos praticamente o Estado mais pobre entre os pobres. Mas tenho a certeza de que, em lugar nenhum do mundo, está escrito que o destino de Alagoas é ser mais pobre que os estados vizinhos.
Nós, os alagoanos, faremos Alagoas avançar.
Alagoas não ficará para trás.
Chegará o dia, tenho certeza, em que para conhecer as ações do meu governo, nenhum alagoano precise ligar a televisão, pois sentirá essas mudanças em sua própria casa, na vida dos seus filhos, na segurança de suas famílias.
Alagoas terá 102 municípios sem discriminação. Mais que isso, Alagoas terá 3 milhões de habitantes que esse Governo verá como credores de serviços essenciais e de direitos elementares, inclusive do maior deles: o direito à cidadania. Porque um governo que não existe para a totalidade dos cidadãos, não é governo: é apenas instrumento de consolidação de privilégios.
Assumo com a alma blindada à intriga e à divisão. A disputa eleitoral já pertence ao passado e à história.
Assumo de coração aberto. Quem quiser trabalhar por Alagoas terá espaço e encontrará todas as portas da administração francamente abertas. Esse governo respeitará as divergências e saberá conviver com o contraditório, o que aliás sempre foi uma marca da minha vida pública.
Da mesma forma, meu Governo jamais permitirá que se julgue o passado com olhos do presente: cada governo viveu suas circunstâncias.
Viveremos as nossas, cuidando de ajustá-las ao projeto que Alagoas nos confiou.
A hora é de fazer mais, muito mais.
Repito para Alagoas o que já disse a cada um dos nossos secretários: nesse governo ninguém perderá tempo em lamentações; todas as nossas energias estarão reservadas para o trabalho, para o fazer.
Devo reconhecer, em especial, o trabalho do governador Ronaldo Lessa e do governador Luís Abílio, que me antecederam. Eles foram até onde era possível chegar.
Avançaram até onde muitos julgavam impossível.
Começaremos do ponto em que deixaram, de olhos no futuro.
Assumo o Governo do Estado com a plena consciência de que as urnas me deram a responsabilidade de realizar o programa de governo a que dediquei elaborar, ouvindo técnicos, associações, sindicatos... mas sobretudo ouvindo as pessoas, olho no olho, coração no coração.
Na Alagoas de hoje a esperança tem um nome: cidadania. E pelo menos três sobrenomes: emprego, educação e oportunidade.
Essas são as prioridades que a rua ditou, e que agora são nossas bandeiras. Tenho a humildade de reconhecer, afinal, que sou apenas porta-voz dos sonhos de meu povo e estuário das esperanças de minha terra.
Seremos escravos da ética e da honestidade, princípios que vão nortear todos os nossos passos a partir desse momento.
A caminhada será difícil, não tenham dúvidas.
Alagoas registra, por exemplo, os maiores índices de analfabetismo adulto no Nordeste.
Já estamos vivendo, numa repetição cruel, o drama da seca no semi-árido, que se repete ano a ano, como tragédia anunciada e sabida. Ninguém pode mudar o clima, mas o Estado oferecerá condições para que o sertanejo consiga cada vez mais conviver melhor com a seca. É o mínimo que se pode querer em nome do presente e do futuro do sertanejo.
Não alimento a presunção de que, em quatro anos, poderemos vencer todos os problemas de Alagoas. Mas lhe asseguro que daremos um passo importante e decisivo.
Não importa que nos acusem de utopia, jamais deixarei de sonhar. Não importa que nos apontem as dificuldades, jamais deixarei de ousar.
O que depende de nós, a gente faz. O que depende dos outros, a gente cobra. O possível a gente realiza. O impossível, a gente tenta.
Sozinho, qualquer governo pouco poderá fazer.
Buscaremos parcerias com a sociedade, com o empresariado, com as igrejas e com os movimentos sociais, sempre na perspectiva de que nenhum Estado pode ser maior que a sociedade que o legitima.
Esse Governo terá alegria e orgulho em dividir com a sociedade todos os êxitos de suas ações. Não haverá bons ou maus secretários, haverá sim um bom ou mau governo, e isso será responsabilidade nossa.
Vamos encerrar de vez a prática do paternalismo e do clientelismo, males que corroem o verdadeiro papel do Estado.
Com humildade, com muita humildade, mas com muita convicção e determinação, assumo todas as responsabilidades que Alagoas me confiou.
A ninguém será permitido desconhecer o quadro de absoluta penúria financeira em que se encontra o Estado.
Vamos ajustar a administração, economizando gastos, priorizando investimentos produtivos, e trabalhando muito. Se necessário for, cortaremos na própria carne, sem hesitação.
Precisamos contar ainda com a sensibilidade do Governo Federal no tratamento de nossa dívida.
Estamos todos desafiados a inovar, a ousar, a compensar com criatividade e competência os recursos que já são escassos.
Nosso objetivo principal é a gestão para o desenvolvimento, articulando todos os esforços e ações de governo, buscando o entendimento e a harmonia no trabalho de todas as secretarias de Governo. O Governo vai agir em conjunto, vai atuar em harmonia. Só isso fará com que cada centavo dos recursos desse estado seja aplicado de forma responsável, em nome do verdadeiro interesse público.
Peço, com humildade, a imprescindível colaboração de todos os poderes.
A participação desta casa, a Assembléia Legislativa do Estado, será fundamental para nosso desenvolvimento, e imprescindível para a transição que vamos empreender.
Tenho a mais viva crença que nossos deputados saberão entender que o voto não é apenas uma expressão de confiança, mas uma delegação de responsabilidades.
O mandato nos confere a indiscutível prerrogativa da independência, mas entendo que devemos dividir responsabilidades em benefício de todos. E por isso quero contar com o apoio de cada um dos membros desta casa, independente de filiações ou correntes partidárias. Esta casa representa a grandeza e o espírito de luta do povo alagoano, na figura de quem lhe dá nome, o grande deputado Tavares Bastos.
Alagoas precisa de união.
Preciso que a bancada federal continue unida e forte em busca de recursos federais, como tem sido ao longo dos últimos anos. Que todos se mirem no exemplo do saudoso Helenildo Ribeiro, um guerreiro na luta para melhorar a qualidade de vida das pessoas mais pobres. Palmeira dos Índios, terra do grande Graciliano Ramos, é testemunha das vitórias alcançadas.
Preciso da colaboração indispensável de todo o funcionalismo público, para o qual o Estado buscará políticas que aumentem a auto-estima dos servidores e criem perspectivas de valorização e de progresso funcional nos próximos anos.
Confio que a justiça alagoana estará atenta a esse momento do nosso Estado, e em harmonia com os demais poderes fortalecerá o processo de desenvolvimento de Alagoas, que é o desejo de todos nós.
Peço confiante a colaboração de todos os alagoanos, para que hoje mesmo se inicie a grande cruzada pelo desenvolvimento, para apagar de vez da nossa história o desencanto e a incerteza.
Agradeço do fundo do meu coração a todos quantos contribuíram para esse instante.
Agradeço de coração à multidão de humildes colaboradores, que distribuíram minhas mensagens, empunharam a nossa bandeira, se vestiram de azul e me fortaleceram com gestos de punhos cerrados batendo no peito e me dando beijos e abraços emocionados.
Nunca esquecerei a demonstração de confiança expressa por aquele homem simples, pai de família da Grota do Cigano, aqui em Maceió, que me beijou na testa no primeiro ato de rua da nossa campanha. Este foi o primeiro e o mais significativo sinal da nossa vitória.
Agradeço de coração o apoio que recebi nas ruas, em todas as regiões do Estado, da Zona da Mata, do Agreste, do Litoral Norte, do Litoral Sul, da Zona Ribeirinha, do Sertão e da Grande Maceió.
Todos os municípios me acolheram como seu filho, com se fosse minha querida Viçosa, minha terra natal.
Agradeço aos partidos que me apoiaram, unidos ao meu PSDB, que historicamente foi o Partido que sempre valorizou o diálogo e o entendimento em benefício do nosso povo.
Não poderia deixar de registrar a contribuição que o PSDB deu a Alagoas, com Fernando Henrique Cardoso na presidência da República.
Contribuição que se traduziu em obras nos 102 municípios do nosso Estado.
Agradeço a todos os candidatos de nossa coligação. Aos que conseguiram se eleger e aos que Alagoas certamente oferecerá outra chance.
Agradeço ao apoio e a colaboração do meu companheiro Renan Calheiros, presidente do Senado, que nos ajudou a vencer barreiras e a conquistar este mandato de forma tão soberana.
Agradeço ao meu vice, Dr. Wanderley, que vestiu a camisa da luta, liderando nas ruas o movimento de amarrar uma fitinha azul no pulso e entrar para o verdadeiro exército do bem que ele comandou.
Agradeço a Deus, que não me faltou com a mão nos momentos mais duros dessa caminhada.
Na impossibilidade de citar, um a um, todos os grandes guerreiros dessa cruzada, agradeço a quantos me estenderam suas mãos para que mais seguro eu caminhasse; a quantos me ampararam com sua fé para que mais longe eu avançasse; e me ofereceram sua própria esperança para que mais alto e mais longe fossem os nossos sonhos.
Ao longo da campanha, muitos vestiram com amor a nossa cor. Muitos irrigaram com suas lágrimas a esperança e sustentaram com sua emoção a nossa fé.
A todos o meu mais comovido agradecimento. As lágrimas de uns não serão em vão; as cores de nossas bandeiras de campanha não esmaecerão.
Agradeço, in memoriam, a muitos que quiseram esse momento mas que não puderam chegar até aqui.
Permitam-me lembrar, de modo especialíssimo, uma referência particular e muito pessoal dos amigos que já nem estão entre nós, mas que do lugar privilegiado que Deus lhe reservou por certo continuará velando por nós.
Refiro-me a José Aprígio Brandão Vilela, mais que irmão, meu mais sólido esteio e, durante a vida inteira, testemunha discreta de nossas angústias e apreensões, de alegrias e sonhos, de sorrisos e lágrimas.
Ao Zé, com nossas orações mais sinceras, um comovido agradecimento póstumo e a saudade mais doída.
Obrigado aos meus irmãos, que se multiplicaram em esforços e apoios.
Obrigado aos meus filhos, que desde cedo e mais que nunca partilharam o próprio pai, e aceitam de bom grado que, em vez de três, haja três milhões a merecer a mesma atenção.
Agradeço a Cíntia, minha companheira, que há 20 anos divide minha atenção com a vida pública. A ela, a certeza de que é o meu porto mais seguro, o único sem tempestades mesmo nos momentos mais tempestuosos.
Agradeço à minha mãe, Lenita Vilela, que me legou mais que a vida: com o seu exemplo abriu os meus olhos para o devotado amor ao próximo.
Impossível esquecer, nesse instante, o velho Teotônio Vilela e sua ira santa, o Velho Menestrel que se fez profeta da esperança num momento em que o Brasil mergulhara numa longa noite do obscurantismo mais tenebroso.
Permita Deus que eu possa sempre seguir-lhe o exemplo, e ao final dos próximos quatro anos que se diga de mim o que a história registra a seu respeito: atravessou a vida, o Legislativo e o Executivo, com as mãos limpas dos mais limpos, dos mais éticos, dos mais puros.
Mais que meu pai, Teotônio é meu modelo.
Obrigado, Menestrel.
É nossa missão multiplicar sementes de justiça e ampliar o eco da mais viva esperança de que é possível e urgente construir um presente com cidadania, um futuro com esperança e um desenvolvimento com justiça.
Vamos governar sob o manto de uma determinação: quem sabe tem que ensinar, quem tem deve compartilhar.
É a solidariedade, e a participação, que vão ser o cimento e o concreto da obra cuja construção estamos começando aqui e agora.
Essa é a obra maior que o presente nos exige, e a história nos impõe e que, com sua infinita bondade, Deus nos permitirá inaugurar.
Por Alagoas. E pelo Brasil.
Minhas amigas, meus amigos:
Meu pai, o velho Teotônio, pouco na antes de nos deixar, disse uma frase que eu pretendo deixar marcada no dia da minha posse no Governo de Alagoas. Disse o velho Menestrel: "se eu pudesse renascer hoje, havia de dedicar todo o meu tempo novo a uma campanha de restauração da dignidade da vida do país".
É em nome desse sonho que assumo hoje o mais alto cargo da minha vida pública, com a responsabilidade de dirigir os destinos do nosso Estado.
E aqui chego depois de 20 anos de vida pública dedicados à defesa dos interesses de Alagoas em Brasília, onde lutei para trazer recursos fundamentais para o desenvolvimento, para a geração de empregos, para a segurança, para a educação e para a saúde do nosso povo.
Chego ao governo depois de uma campanha memorável, onde assumi o compromisso de combater a violência, priorizar a educação e a formação profissional, fortalecer o agronegócio e a agricultura familiar e desenvolver o turismo - tudo isso com o objetivo de gerar empregos, mais empregos para o nosso povo.
Nossos parâmetros serão as conquistas contra a miséria, particularmente contra a fome e contra a sede, na melhoria da distribuição de renda e na recuperação de nossos indicadores sociais. Farei um governo voltado para o desenvolvimento. Um governo com o foco na melhoria da qualidade de vida dos alagoanos. Um governo para os mais pobres.
Assumo o compromisso maior de por fim ao crime de mando, à pistolagem e à impunidade. Serei implacável no combate a esses males que afligem toda a nossa sociedade.
Tenho consciência de que somos praticamente o Estado mais pobre entre os pobres. Mas tenho a certeza de que, em lugar nenhum do mundo, está escrito que o destino de Alagoas é ser mais pobre que os estados vizinhos.
Nós, os alagoanos, faremos Alagoas avançar.
Alagoas não ficará para trás.
Chegará o dia, tenho certeza, em que para conhecer as ações do meu governo, nenhum alagoano precise ligar a televisão, pois sentirá essas mudanças em sua própria casa, na vida dos seus filhos, na segurança de suas famílias.
Alagoas terá 102 municípios sem discriminação. Mais que isso, Alagoas terá 3 milhões de habitantes que esse Governo verá como credores de serviços essenciais e de direitos elementares, inclusive do maior deles: o direito à cidadania. Porque um governo que não existe para a totalidade dos cidadãos, não é governo: é apenas instrumento de consolidação de privilégios.
Assumo com a alma blindada à intriga e à divisão. A disputa eleitoral já pertence ao passado e à história.
Assumo de coração aberto. Quem quiser trabalhar por Alagoas terá espaço e encontrará todas as portas da administração francamente abertas. Esse governo respeitará as divergências e saberá conviver com o contraditório, o que aliás sempre foi uma marca da minha vida pública.
Da mesma forma, meu Governo jamais permitirá que se julgue o passado com olhos do presente: cada governo viveu suas circunstâncias.
Viveremos as nossas, cuidando de ajustá-las ao projeto que Alagoas nos confiou.
A hora é de fazer mais, muito mais.
Repito para Alagoas o que já disse a cada um dos nossos secretários: nesse governo ninguém perderá tempo em lamentações; todas as nossas energias estarão reservadas para o trabalho, para o fazer.
Devo reconhecer, em especial, o trabalho do governador Ronaldo Lessa e do governador Luís Abílio, que me antecederam. Eles foram até onde era possível chegar.
Avançaram até onde muitos julgavam impossível.
Começaremos do ponto em que deixaram, de olhos no futuro.
Assumo o Governo do Estado com a plena consciência de que as urnas me deram a responsabilidade de realizar o programa de governo a que dediquei elaborar, ouvindo técnicos, associações, sindicatos... mas sobretudo ouvindo as pessoas, olho no olho, coração no coração.
Na Alagoas de hoje a esperança tem um nome: cidadania. E pelo menos três sobrenomes: emprego, educação e oportunidade.
Essas são as prioridades que a rua ditou, e que agora são nossas bandeiras. Tenho a humildade de reconhecer, afinal, que sou apenas porta-voz dos sonhos de meu povo e estuário das esperanças de minha terra.
Seremos escravos da ética e da honestidade, princípios que vão nortear todos os nossos passos a partir desse momento.
A caminhada será difícil, não tenham dúvidas.
Alagoas registra, por exemplo, os maiores índices de analfabetismo adulto no Nordeste.
Já estamos vivendo, numa repetição cruel, o drama da seca no semi-árido, que se repete ano a ano, como tragédia anunciada e sabida. Ninguém pode mudar o clima, mas o Estado oferecerá condições para que o sertanejo consiga cada vez mais conviver melhor com a seca. É o mínimo que se pode querer em nome do presente e do futuro do sertanejo.
Não alimento a presunção de que, em quatro anos, poderemos vencer todos os problemas de Alagoas. Mas lhe asseguro que daremos um passo importante e decisivo.
Não importa que nos acusem de utopia, jamais deixarei de sonhar. Não importa que nos apontem as dificuldades, jamais deixarei de ousar.
O que depende de nós, a gente faz. O que depende dos outros, a gente cobra. O possível a gente realiza. O impossível, a gente tenta.
Sozinho, qualquer governo pouco poderá fazer.
Buscaremos parcerias com a sociedade, com o empresariado, com as igrejas e com os movimentos sociais, sempre na perspectiva de que nenhum Estado pode ser maior que a sociedade que o legitima.
Esse Governo terá alegria e orgulho em dividir com a sociedade todos os êxitos de suas ações. Não haverá bons ou maus secretários, haverá sim um bom ou mau governo, e isso será responsabilidade nossa.
Vamos encerrar de vez a prática do paternalismo e do clientelismo, males que corroem o verdadeiro papel do Estado.
Com humildade, com muita humildade, mas com muita convicção e determinação, assumo todas as responsabilidades que Alagoas me confiou.
A ninguém será permitido desconhecer o quadro de absoluta penúria financeira em que se encontra o Estado.
Vamos ajustar a administração, economizando gastos, priorizando investimentos produtivos, e trabalhando muito. Se necessário for, cortaremos na própria carne, sem hesitação.
Precisamos contar ainda com a sensibilidade do Governo Federal no tratamento de nossa dívida.
Estamos todos desafiados a inovar, a ousar, a compensar com criatividade e competência os recursos que já são escassos.
Nosso objetivo principal é a gestão para o desenvolvimento, articulando todos os esforços e ações de governo, buscando o entendimento e a harmonia no trabalho de todas as secretarias de Governo. O Governo vai agir em conjunto, vai atuar em harmonia. Só isso fará com que cada centavo dos recursos desse estado seja aplicado de forma responsável, em nome do verdadeiro interesse público.
Peço, com humildade, a imprescindível colaboração de todos os poderes.
A participação desta casa, a Assembléia Legislativa do Estado, será fundamental para nosso desenvolvimento, e imprescindível para a transição que vamos empreender.
Tenho a mais viva crença que nossos deputados saberão entender que o voto não é apenas uma expressão de confiança, mas uma delegação de responsabilidades.
O mandato nos confere a indiscutível prerrogativa da independência, mas entendo que devemos dividir responsabilidades em benefício de todos. E por isso quero contar com o apoio de cada um dos membros desta casa, independente de filiações ou correntes partidárias. Esta casa representa a grandeza e o espírito de luta do povo alagoano, na figura de quem lhe dá nome, o grande deputado Tavares Bastos.
Alagoas precisa de união.
Preciso que a bancada federal continue unida e forte em busca de recursos federais, como tem sido ao longo dos últimos anos. Que todos se mirem no exemplo do saudoso Helenildo Ribeiro, um guerreiro na luta para melhorar a qualidade de vida das pessoas mais pobres. Palmeira dos Índios, terra do grande Graciliano Ramos, é testemunha das vitórias alcançadas.
Preciso da colaboração indispensável de todo o funcionalismo público, para o qual o Estado buscará políticas que aumentem a auto-estima dos servidores e criem perspectivas de valorização e de progresso funcional nos próximos anos.
Confio que a justiça alagoana estará atenta a esse momento do nosso Estado, e em harmonia com os demais poderes fortalecerá o processo de desenvolvimento de Alagoas, que é o desejo de todos nós.
Peço confiante a colaboração de todos os alagoanos, para que hoje mesmo se inicie a grande cruzada pelo desenvolvimento, para apagar de vez da nossa história o desencanto e a incerteza.
Agradeço do fundo do meu coração a todos quantos contribuíram para esse instante.
Agradeço de coração à multidão de humildes colaboradores, que distribuíram minhas mensagens, empunharam a nossa bandeira, se vestiram de azul e me fortaleceram com gestos de punhos cerrados batendo no peito e me dando beijos e abraços emocionados.
Nunca esquecerei a demonstração de confiança expressa por aquele homem simples, pai de família da Grota do Cigano, aqui em Maceió, que me beijou na testa no primeiro ato de rua da nossa campanha. Este foi o primeiro e o mais significativo sinal da nossa vitória.
Agradeço de coração o apoio que recebi nas ruas, em todas as regiões do Estado, da Zona da Mata, do Agreste, do Litoral Norte, do Litoral Sul, da Zona Ribeirinha, do Sertão e da Grande Maceió.
Todos os municípios me acolheram como seu filho, com se fosse minha querida Viçosa, minha terra natal.
Agradeço aos partidos que me apoiaram, unidos ao meu PSDB, que historicamente foi o Partido que sempre valorizou o diálogo e o entendimento em benefício do nosso povo.
Não poderia deixar de registrar a contribuição que o PSDB deu a Alagoas, com Fernando Henrique Cardoso na presidência da República.
Contribuição que se traduziu em obras nos 102 municípios do nosso Estado.
Agradeço a todos os candidatos de nossa coligação. Aos que conseguiram se eleger e aos que Alagoas certamente oferecerá outra chance.
Agradeço ao apoio e a colaboração do meu companheiro Renan Calheiros, presidente do Senado, que nos ajudou a vencer barreiras e a conquistar este mandato de forma tão soberana.
Agradeço ao meu vice, Dr. Wanderley, que vestiu a camisa da luta, liderando nas ruas o movimento de amarrar uma fitinha azul no pulso e entrar para o verdadeiro exército do bem que ele comandou.
Agradeço a Deus, que não me faltou com a mão nos momentos mais duros dessa caminhada.
Na impossibilidade de citar, um a um, todos os grandes guerreiros dessa cruzada, agradeço a quantos me estenderam suas mãos para que mais seguro eu caminhasse; a quantos me ampararam com sua fé para que mais longe eu avançasse; e me ofereceram sua própria esperança para que mais alto e mais longe fossem os nossos sonhos.
Ao longo da campanha, muitos vestiram com amor a nossa cor. Muitos irrigaram com suas lágrimas a esperança e sustentaram com sua emoção a nossa fé.
A todos o meu mais comovido agradecimento. As lágrimas de uns não serão em vão; as cores de nossas bandeiras de campanha não esmaecerão.
Agradeço, in memoriam, a muitos que quiseram esse momento mas que não puderam chegar até aqui.
Permitam-me lembrar, de modo especialíssimo, uma referência particular e muito pessoal dos amigos que já nem estão entre nós, mas que do lugar privilegiado que Deus lhe reservou por certo continuará velando por nós.
Refiro-me a José Aprígio Brandão Vilela, mais que irmão, meu mais sólido esteio e, durante a vida inteira, testemunha discreta de nossas angústias e apreensões, de alegrias e sonhos, de sorrisos e lágrimas.
Ao Zé, com nossas orações mais sinceras, um comovido agradecimento póstumo e a saudade mais doída.
Obrigado aos meus irmãos, que se multiplicaram em esforços e apoios.
Obrigado aos meus filhos, que desde cedo e mais que nunca partilharam o próprio pai, e aceitam de bom grado que, em vez de três, haja três milhões a merecer a mesma atenção.
Agradeço a Cíntia, minha companheira, que há 20 anos divide minha atenção com a vida pública. A ela, a certeza de que é o meu porto mais seguro, o único sem tempestades mesmo nos momentos mais tempestuosos.
Agradeço à minha mãe, Lenita Vilela, que me legou mais que a vida: com o seu exemplo abriu os meus olhos para o devotado amor ao próximo.
Impossível esquecer, nesse instante, o velho Teotônio Vilela e sua ira santa, o Velho Menestrel que se fez profeta da esperança num momento em que o Brasil mergulhara numa longa noite do obscurantismo mais tenebroso.
Permita Deus que eu possa sempre seguir-lhe o exemplo, e ao final dos próximos quatro anos que se diga de mim o que a história registra a seu respeito: atravessou a vida, o Legislativo e o Executivo, com as mãos limpas dos mais limpos, dos mais éticos, dos mais puros.
Mais que meu pai, Teotônio é meu modelo.
Obrigado, Menestrel.
É nossa missão multiplicar sementes de justiça e ampliar o eco da mais viva esperança de que é possível e urgente construir um presente com cidadania, um futuro com esperança e um desenvolvimento com justiça.
Vamos governar sob o manto de uma determinação: quem sabe tem que ensinar, quem tem deve compartilhar.
É a solidariedade, e a participação, que vão ser o cimento e o concreto da obra cuja construção estamos começando aqui e agora.
Essa é a obra maior que o presente nos exige, e a história nos impõe e que, com sua infinita bondade, Deus nos permitirá inaugurar.
Por Alagoas. E pelo Brasil.
Fonte: Somente disponível no cache do Google