A Promotoria Coletiva Especializada de Defesa do Consumidor do Ministério Público Estadual de Alagoas realizou sexta-feira, 4, uma audiência pública sobre planos de saúde, que teve convidada a representante da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para o Nordeste, Cynthia Curado. O presidente em exercício da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e presidente do Sinmed, Wellington Galvão, soube da audiência pelos jornais, compareceu e foi convidado pelo Procurador-Geral de Justiça Substituto, Sérgio Jucá, a participar das exposições e debates.
Na sua participação, Wellington disse que a ANS, ao longo dos últimos 10 anos, só tem tomado decisões que beneficiam os planos e seguros de saúde, em detrimento dos usuários e dos prestadores de serviços. Disse que os honorários estão defasados e que os reajustes das mensalidades cobradas aos usuários não são repassados aos profissionais, servindo apenas para aumentar os lucros da empresas. E explicou que, em todo o Brasil, muitos especialistas estão deixando de atender pelos planos de saúde, porque os honorários não compensam. Ele citou urologistas, pediatras e clínicos gerais, entre outros, além de alertar para o crescimento dessa tendência.
“Breve, a ANS não vai ter mais o que regular”, disse, relatando que nos últimos 10 anos as mensalidades aumentaram 140%, três vezes mais que os honorários, enquanto a inflação ficou em 80%. Na audiência, os promotores de Justiça da defesa do consumidor, Max Martins e Denise Guimarães, relataram que em Alagoas o maior número de queixas é relacionado aos planos Unimed, Golden Cross e Excelsior.
O representante da Fenam e Sinmed elogiou a iniciativa do MPE/AL e ficou satisfeito com o número de pessoas presentes à audiência, com destaque para promotores e procuradores aposentados, que também sofrem com os reajustes e com os péssimos serviços dos planos de saúde. Ele disse que, a exemplo dos prestadores de serviços, que estão mobilizados, os usuários também precisam lutar pelos seus direitos.
Fonte:SINMED