Minha família já não sabe o que está sendo pior: a saudade do jovem Alexystaine ou o desrespeito à sua memória!
Quem tem filhos ou ama alguém pode saber facilmente a dor que nos oprime, que nos silencia nas horas das refeições, que faz brotar lágrimas furtivas quando menos se espera, na rua ou no shopping...
Agora acrescenta a essa dor a bestialidade que tem se tornado a agressão à memória do nosso filho, por autoridades que deveriam prezar pela segurança pública em Alagoas! Autoridade medalhada pelo governador Teotônio Vilela! Paga, com dinheiro do povo! Mas que tem revelado ingerência emocional e psicológica preocupante. Um delegado da polícia civil que desenvolveu uma obsessão: provar por A+ B que meu anjo assassinado de forma covarde por um adolescente comprometido com o mundo do crime, era traficante, usuário, perdido!
Essa loucura gera grande revolta, mas não é apenas isso, revela que no entendimento do delegado esse tipo de rótulo posto sobre alguém é suficiente para legitimar a sua morte. Apesar de ter plena consciência de que meu filho não se enquadrava nas definições do delegado, discordo totalmente desse pensamento desumano. Conheço usuários de drogas, fui professora de muitos, e jamais imaginei a morte como destino legítimo para qualquer que fosse.
Esse conservadorismo conivente com o crime cresce em Alagoas! As reportagens policialescas contribuem para sedimentar esse imaginário perverso. Tenho mesmo é outras perguntas para fazer ao meu estado: por que esse aumento aberrante de homicídio entre adolescentes? Será que isso é um problema apenas de quem morre? Por que os criminosos não são presos?
O desditoso jovem que tirou a vida de meu filho por razões fúteis ainda não foi detido! São quase oitenta dias! O mesmo delegado que se empenha até em coletiva à imprensa local em querer desqualificar minha família (para nós um santuário de bênçãos!) não revelou competência suficiente para efetuar a prisão! Será que ele quer mesmo prender esse assassino?
Quem tiver generosidade suficiente para fazê-lo, eu peço: orem por meu filho! As terríveis elucubrações que estão sendo feita sobre a sua memória é de enojar qualquer cristão. Matriz de Camaragibe, onde ele viveu e morreu, esmera-se em difamá-lo, através do delegado, numa aberrante postura pró-crime, pró-morte, pró-impunidade!
Se eu só pudesse dizer uma única frase à sociedade alagoana, seria esta: não matem meu filho outra vez!
Escrito por Ana Cláudia Laurindo às 21h07