Os médicos do SAMU enfrentam os mesmos problemas salariais e de falta de condições éticas de trabalho, enfrentados pelos colegas que atuam nos demais serviços de urgência e emergência de Alagoas. Distorções salariais entre efetivos e prestadores de serviços, excesso de trabalho e falta de segurança estão entre os problemas que mais afligem a categoria. As dificuldades são tantas que as tentativas de reforço do quadro médico do serviço com recrutamento de médicos recém formados são sempre frustradas. Ninguém aceita os postos de trabalho oferecidos por causa do salário baixo e da falta de condições de trabalho.
A situação vem se agravando depois que o governo resolveu descentralizar o serviço, e ampliar a área de atuação tanto do SAMU Maceió quanto do de Arapiraca. No caso de Maceió, os médicos atendem pacientes graves de vários municípios, como Maragogi, Coruripe, Joaquim Gomes, entre outros. A categoria reclama de carga excessiva de trabalho, que se torna ainda mais penosa devido às condições precárias de exercício da medicina.
Como se tudo isso não bastasse, os médicos do SAMU ainda costumam enfrentar a ira da população, inconformada com o serviço oferecido. Os usuários querem o SAMU da propaganda do governo que, na prática, não existe. Quando não há condições de atendimento, os médicos são xingados e ameaçados. Se a equipe demora a chegar a um determinado local para fazer um socorro, termina se expondo a agressões que acontecem até dentro das ambulâncias. A continuar desse jeito, o SAMU vai terminar fechando por falta de médicos.
SINMED