Como se o frio de maio pudesse congelar o coração da gente, como se a brisa soprasse na direção do nada e apagasse os caminhos tortuosos e os rastros da maldade, mas não apaga...
O silêncio oportuno não será capaz de apagar o que existe, e nem tudo o que existe pode ser visto...
As ondas do celular ninguém as ver, contudo sem elas não existiria o aparelho difundido aos quatro cantos do consumo...
Enquanto a consciência existir alguém saberá o que aconteceu, o que acontece nessa terra injusta chamada Alagoas!
Criminosos impunes, condenados ou não pela justiça local, assoviam nas calçadas, roupas largas, ares de bons moços...
O sangue de suas vítimas ensopam-lhes as pegadas...
Escolheram a mancha do suspiro alheio a ornar suas frontes de lobos em peles de cordeiros.
A passividade da sociedade é anomalia assustadora.
Os centros acadêmicos desviam a rota das discussões importantes, a sociedade civil organizada preza por questões salariais, os analfabetizados lutam por cargos comissionados; poucos de nós se fazem capazes de levar a vida a sério, sob a pauta da ética e do respeito ao bem comum. Enquanto isso o governo derrama muito dinheiro na mídia para se convencer de que está tudo certo assim.
As chuvas de maio derrubam barreiras, casas e perspectivas. Um povo empobrecido mendiga cuidados sociais. A mortandade assola, leva a juventude embora. Os caciques políticos e seus jagunços fazem as leis locais.
Todos sabem; ninguém sabe nada!
Criminosos condenados ou não, seguem destroçando vidas enquanto a impunidade é a lei mais forte em Alagoas.