Foto:Sinmed-AL: Caos no HGE |
Odilon Rios
Do Repórter Alagoas
É através dos números que a Secretaria Estadual de Saúde tenta contestar as imagens de superlotação no Hospital Geral do Estado. Como se o fenômeno partisse de um lapso de ilusão, a quem precisa da unidade pública de saúde.
Diz a secretaria que 70% dos atendimentos no HGE não são de urgência. Ou seja, é como se a população sofresse de um distúrbio crônico- a hipocondria- e superlotasse a unidade em busca de ajuda a devaneios psicológicos ou a capacidade de estar ou permanecer doente- sem estar.
Em 1990- disse-me um defensor público- ele precisou de atendimento no HGE por causa de um acidente sofrido no trânsito. “Quem fez os pontos em meu rosto foi uma enfermeira. Porque não tinha médico”. O defensor tinha 14 anos.
Faz seis anos, tive uma suspeita de Dengue. Procurei o Hospital de Doenças Tropicais- único especializado na área. Como a burocracia emperra o serviço público, tive que procurar o HGE (antes era Unidade de Emergência Armando Lajes) para ser atendido por um clínico geral. Sentado no chão, ao lado de outros pacientes, o clínico me atendeu e me encaminhou ao Hospital de Doenças Tropiciais- onde tive de esperar o atendimento, antes de ser internado.
Uma longa jornada de duas horas. Tive sorte: há quem espera dias por um atendimento.
Quem procura o PAM Salgadinho, em Maceió, sabe das limitações do maior posto de saúde da capital: horários para funcionar, falta de profissionais.
E com gestores, em sua maioria, ligados a vereadores da capital- transformando o fracassado serviço público em biombo de indicados medíocres, incapazes- alguns com sobrenomes pomposos, sem histórico de benefícios no serviço público.
A não ser citados por corrupção- como o desvio de R$ 300 milhões da Assembleia Legislativa.
E os outros postos de saúde? Permanecem na mesma- e interessante linha- a de que o sistema público não funciona. Não por um desejo da população, mas pelos fatores fartamente expostos na mídia.
Não por acaso, a Secretaria Estadual de Saúde é investigada, pelo Ministério Público Federal, pela contratação de organizações de saúde- as OSs- sem licitação, usando dinheiro do SUS- verba pública que deveria estar destinada... ao atendimento em hospitais e postos de saúde.
Não por uma escolha da população a Maternidade Santa Mônica fechou as portas mês passado. Este ano, foi uma superbactéria; ano passado? 15 bebês mortos.
O HGE estuda uma mudança na direção: colocar uma servidora do quadro efetivo, a psicóloga Izabel Toledo, em cargo comissionado- ela é prima do secretário de Saúde, Alexandre Toledo.
E o que vai ser alterado, desde então?
Do Repórter Alagoas
É através dos números que a Secretaria Estadual de Saúde tenta contestar as imagens de superlotação no Hospital Geral do Estado. Como se o fenômeno partisse de um lapso de ilusão, a quem precisa da unidade pública de saúde.
Diz a secretaria que 70% dos atendimentos no HGE não são de urgência. Ou seja, é como se a população sofresse de um distúrbio crônico- a hipocondria- e superlotasse a unidade em busca de ajuda a devaneios psicológicos ou a capacidade de estar ou permanecer doente- sem estar.
Em 1990- disse-me um defensor público- ele precisou de atendimento no HGE por causa de um acidente sofrido no trânsito. “Quem fez os pontos em meu rosto foi uma enfermeira. Porque não tinha médico”. O defensor tinha 14 anos.
Faz seis anos, tive uma suspeita de Dengue. Procurei o Hospital de Doenças Tropicais- único especializado na área. Como a burocracia emperra o serviço público, tive que procurar o HGE (antes era Unidade de Emergência Armando Lajes) para ser atendido por um clínico geral. Sentado no chão, ao lado de outros pacientes, o clínico me atendeu e me encaminhou ao Hospital de Doenças Tropiciais- onde tive de esperar o atendimento, antes de ser internado.
Uma longa jornada de duas horas. Tive sorte: há quem espera dias por um atendimento.
Quem procura o PAM Salgadinho, em Maceió, sabe das limitações do maior posto de saúde da capital: horários para funcionar, falta de profissionais.
E com gestores, em sua maioria, ligados a vereadores da capital- transformando o fracassado serviço público em biombo de indicados medíocres, incapazes- alguns com sobrenomes pomposos, sem histórico de benefícios no serviço público.
A não ser citados por corrupção- como o desvio de R$ 300 milhões da Assembleia Legislativa.
E os outros postos de saúde? Permanecem na mesma- e interessante linha- a de que o sistema público não funciona. Não por um desejo da população, mas pelos fatores fartamente expostos na mídia.
Não por acaso, a Secretaria Estadual de Saúde é investigada, pelo Ministério Público Federal, pela contratação de organizações de saúde- as OSs- sem licitação, usando dinheiro do SUS- verba pública que deveria estar destinada... ao atendimento em hospitais e postos de saúde.
Não por uma escolha da população a Maternidade Santa Mônica fechou as portas mês passado. Este ano, foi uma superbactéria; ano passado? 15 bebês mortos.
O HGE estuda uma mudança na direção: colocar uma servidora do quadro efetivo, a psicóloga Izabel Toledo, em cargo comissionado- ela é prima do secretário de Saúde, Alexandre Toledo.
E o que vai ser alterado, desde então?