Cremepe e Simepe se pronunciam sobre atentado em unidade de saúde
A presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Helena Carneiro Leão, e o presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Sílvio Rodrigues, se pronunciam esta tarde sobre o atentado registrado no sábado passado na Unidade Mista de Saúde Claudina Teixeira, na cidade de Jupi, a 204 quilômentros do Recife, no Agreste do estado. A entrevista coletiva acontece na sede do Cremepe, na rua Conselheiro Portela, bairro do Espinheiro.
Um médico e um vigilante que trabalhavam no plantão noturno foram baleados na recepção do centro hospitalar. O médico Paulino Vegetti Neto, 53 anos, escapou ao fingir-se de morto. O vigilante Márcio Roberto da Rocha Brasil, 33, está internado em estado grave no Hospital Regional Dom Moura, em Garanhuns, no Agreste.
De acordo com o Cremepe, a insegurança nas unidades de saúde é um alerta antigo das entidades médicas. Durante a coletiva, os presidentes do Cremepe e do Simepe irão detalhar as medidas que as duas entidades tomarão em relação ao episódio e quais providências serão solicitadas à Secretaria de Defesa Social (SDS) e à Prefeitura de Jupi, além de chamar a atenção do governo do estado e de todos os municipio para solucionar a falta de segurança.
“Por conta da superlotação, as emergências acabaram se tornando um ambiente de tensão permanente”, criticou. O médico contou que assistia TV junto com o vigilante quando dois homens em uma moto pararam em frente ao prédio. “Um deles desceu e ficou por trás da porta de vidro olhando para dentro da sala. Mandei o vigilante ver se o homem precisava de atendimento. Quando o vigilante se levantou, ele entrou já atirando”, informou o médico. Segundo Vergetti, o atirador, que estava armado com um revólver calibre 38 de cano longo, teria disparado em direção ao vigilante.“Como eu estava logo atrás, fui atingido. Me fingi de morto. Prendi a respiração e fiquei babando. Vi quando o criminoso deu o último tiro no vigilante e saiu correndo”, lembrou.
O médico disse que demorou para ser socorrido porque os outros funcionários do hospital, talvez por medo dos tiros, não saíram logo das salas. “Liguei para a Polícia Militar, mas os policiais não puderam fazer muita coisa porque estavam sem viatura”, comentou o médico. Paulo Vergetti Neto criticou a falta de segurança na cidade. “O meu antecessor deixou o plantão com medo da violência”, completou. As tentativas de assassinato aconteceram na noite da última sexta-feira. Há um ano, o médico diz que pediu reforço na segurança após um episódio envolvendo o assassinato de um paciente que estava sendo transferido em uma ambulância do hospital de Jupi e foi morto às margens da rodovia, quando era levado para Garanhuns.
“Há três meses uma paciente me agrediu verbalmente durante uma consulta e depois o marido dela voltou me ameaçando. Prestei queixa contra o casal, mas não acredito que isso tenha provocado o atentado”, disse. O médico suspeita que o alvo do atentado era mesmo o vigilante, que teria reconhecido o atirador como o mesmo homem acusado de matar o cunhado dele. O major Sérgio Rodrigues, da assessoria de imprensa da PM, justificou que no horário das tentativas de homicídio a única viatura que é usada para as rondas à noite estava com uma equipe de PMs participando de um flagrante. Ele disse, ainda, que o município é pequeno e pouco violento e por isso não há necessidade de mais viaturas.
Com informações do Diario de Pernambuco