AVANÇO DO PCCV
A negociação do PCCV começa a avançar e existe a perspectiva de encaminhamento do projeto de lei à Assembleia Legislativa nos próximos meses, conforme conversado na última terça-feira (14) com o secretário de Estado da Gestão Pública, Alexandre Lages. A diretoria do Sinmed entende que, agora, o governo está mostrando vontade política de negociar e resolver o problema da remuneração do médico da rede estadual.
O que o Sinmed reivindica é que o Plano seja enviado para a Assembleia, votado, aprovado e sancionado ainda este ano, para que comece a ser implantado no início de 2012, garantindo-se sua total implantação até o final do atual governo. Se tudo der certo, os médicos da rede estadual terão uma remuneração digna e justa, e não precisarão mais de tantos empregos extras para conseguir compor uma renda minimamente satisfatória.
Mas, a partir do momento em que o Estado passar a pagar decentemente, o médico terá que dar a sua contrapartida, determinando o resgate do respeito ao trabalho do médico. Isso porque, ao longo de vários anos de desvalorização profissional, recebendo uma remuneração aviltante, os médicos foram obrigados a buscar a melhoria da renda atuando em outros serviços, diminuindo muitas vezes sua dedicação ao serviço público.
Nesse período, tornaram-se comuns práticas como a divisão do plantão e até o pagamento a colagas para o cumprimento de escala. Em alguns casos, chegou a haver um tipo de “terceirização” do cargo público, com alguns profissionais passando a sempre pagar um colega para tirar seus plantões. São essas práticas que deverão ser revistas pelos servidores médicos.
Certamente, o PCCV que o Sinmed reivindica, quando for implantado, vai melhorar substancialmente a remuneração, mas não possibilitará ao médico abrir mão de outras fontes de rendimento. Porém, será suficiente para que ele assuma efetivamente seu papel de servidor público dignamente remunerado e cumpridor de suas obrigações.
Todavia, antes mesmo da implantação do PCCV, é preciso que ocorra a melhoria das condições de trabalho na rede pública. Hoje, os hospitais vivem superlotados; e faltam médicos e pessoal de apoio, além de estrutura de atedimento. Para a categoria, é fundamental que se resolva a questão salarial de forma definitiva, mas também os problemas que impossibilitam o exercício pleno da medicina.
Os médicos precisam ser remumerados com decência, e também devem ter condições éticas de trabalho para que possam atender às necessidades da população.
Fonte:SINMED