Acusados de abusar sexualmente de coroinhas, os monsenhores Luiz Marques, Raimundo Gomes e o padre Edilson Duarte sentam hoje no banco dos réus na cidade de Arapiraca, agreste alagoano. O caso deles chocou o mundo: vídeos mostram relações sexuais deles com os coroinhas. As imagens foram exibidas pelo jornalista Roberto Cabrini, no SBT, em fevereiro do ano passado.
Em março de 2010, o Vaticano reconheceu os casos de exploração sexual de adolescentes pelos integrantes da Igreja Católica.
A destino dos três integrantes a igreja está nas mãos do juiz João Azevedo Lessa.
"São muitas testemunhas, muitos acusados, muitas vítimas e se não for possível terminar nesta data continuaremos em outra", disse.
Os advogados dos dois lados têm suas estratégias.
"A linha da defesa não mudou em nada. Continua com a negativa da autoria. Os nossos clientes não cometeram abuso sexual algum", disse Edson Lucena advogados dos monsenhores e do padre.
"Temos provas, testemunhas que trabalhavam na época na casa paroquial e o padre Edilson é réu confesso", disse o promotor Alberto Tenório.
Os monsenhores e o padre são acusados de abusar dos jovens, Fabiano Ferreira, Cícero Flávio e Anderson Farias.
Entenda o caso
O Ministério Público Estadual ofertou denúncia na 8ª Vara Criminal de Arapiraca contra os acusados de exploração sexual dos coroinhas, quando as vítimas eram adolescentes.
Na denúncia, o MP diz que "aproveitando-se da qualidade de sacerdote, os denunciados aproximaram-se das vítimas, coroinhas à época, que tinham entre 12 e 17 anos, com o intuito de satisfazer seus desejos sexuais. Para conseguir o intento, constrangiam os jovens utilizando-se da confiança que desfrutavam, ofereciam vantagens econômicas e, ainda, intimidavam aqueles para que não revelassem os encontros sexuais ocorridos com freqüência".
Os acusados estão incursos nas penas cominadas no artigo 244-A, da Lei 8.069/90, onde submete criança ou adolescente à prostituição ou à exploração sexual. Para este tipo de crime, a pena é de sete anos de reclusão e pagamento de multa.
Odilon Rios