Os casos de abuso sexual contra os três coroinhas aconteceram, segundo as investigações, duraram pelo menos 15 anos.
As investigações foram conduzidas pela delegada Maria Angelita de Lucena e Melo e Souza. Ela ouviu mais de 40 pessoas, durante dois meses, em 2010. Alguns encontros, dizem as investigações, aconteciam em uma casa de veraneio, na Barra de São Miguel (litoral sul do Estado).
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, do Senado Federal, esteve em Arapiraca ano passado para colher o depoimento dos envolvidos. O padre Edilson confessou, em depoimento à CPI da Pedofilia, ser homossexual e participar de orgias com menores na concatedral da cidade, pagando os programas com o dízimo recolhido pelos fiéis e citando outros membros da Igreja em festas reservadas; e o monsenhor Luiz Marques foi preso por tentativa de fuga, por causa das acusações.
Os ex-coroinhas são acusados de cobrar propina para que um vídeo, com imagens de sexo, não fosse divulgado. Eles teriam cobrado R$ 5 milhões.
Os ex-coroinhas negam a extorsão.
Pressionada, a Igreja Católica alagoana, através do arcebispo da cidade de Penedo, Dom Valério Brêda, emitiu duas notas depois do escândalo, onde reconhece os casos de pedofilia e pede a apuração do Ministério Público Estadual.
O padre Fábio de Melo, fenômeno no mercado fonográfico brasileiro, em depoimento à TV Canção Nova, canal oficial da Igreja, defendeu a punição aos padres infratores e mandou recado aos fiéis.
Bispo auxiliar de Aracaju e ex-integrante da Igreja alagoana, dom Henrique Soares também defendeu punições em seu sermão eletrônico. "Nunca vos envergonheis do santo ministério ao qual o Senhor vos chamou! Nunca deixeis que a má conduta vergonhosa e reprovável de uns poucos, tão gozosamente divulgada por um mundo sedento de escândalos, vos faça esquecer a multidão de tantos sacerdotes santos, que com amor, com dedicação admirável, entregam toda a vida, de corpo e alma, ao serviço de Cristo e dos irmãos!", disse, em carta publicada no blog do bispo e distribuída através do correio eletrônico.
Quase na mesma época, em abril de 2010, o padre alemão Benedikt Lennartz, da cidade de Craíbas, a 145 km de Maceió, foi denunciado pelo Ministério Público Federal por crime de pedofilia na internet.
Segundo a Polícia Federal, que realizou uma operação em 2009 para investigar as denúncias, o padre tinha 1,3 mil fotos de cenas de sexo explícito com menores em seu computador, além de registros de navegação em dez sites pornográficos com conteúdo infantil na internet. E um deles, explica o MPF, o padre pagava pelo acesso ao conteúdo.
Fonte: RA