No universo da medicina e, particularmente, no ambiente da medicina intensiva, existem vários temas geradores de intensos debates e conflitos. Nos dias atuais, tem crescido a questão da morte e do processo de morrer.
São constatados, na prática médica diária, muitos exemplos de casos de pacientes em estado crítico de saúde, submetidos a diferentes formas de terapias intensivas e agressivas na tentativa de obter bons resultados.
Quando o prognóstico se revela obscuro, como muitas vezes acontece, trocar o curso da ação passa a ser uma tarefa difícil para o médico intensivista. As tomadas de decisão nesse nível são situações eticamente complexas, pois envolvem não só preferências dos pacientes, mas circunstâncias clínicas nas quais se encontram, assim como as preferências pessoais do médico ou da equipe prestadora de assistência
Nosso estudo procura abordar esse tema tão complexo referente ao final de vida, no ambiente da terapia intensiva, na tentativa de buscar respostas às perguntas como: onde está o limite da intervenção sobre o ser humano, no contexto da UTI, para pacientes que apresentam insuficiência respiratória? Quando e qual deveria ser o ponto de partida para o início das discussões sobre futilidade terapêutica? Com base nessas questões norteadoras, dividimos o trabalho em duas partes: a primeira, com três capítulos, discorre aspectos teóricos relacionados ao tema e a segunda aborda uma pesquisa realizada na UTI geral de um hospital universitário.
Tese de Doutorado apresentada à Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul como requisito para obtenção do título de Doutor em Medicina.