Remarcado para o dia 21 a continuação do julgamento dos monsenhores Luiz Marques e Raimundo Gomes e do padre Edilson Duarte, acusados de exploração sexual contra os ex-coroinhas Fabiano Ferreira, Cícero Flávio e Anderson Farias, quando as vítimas eram adolescentes. Eles estão sendo julgados na cidade de Arapiraca.
Das 15 testemunhas arroladas (dez da defesa e cinco do Ministério Público), seis- além dos coroinhas- tinham sido ouvidas até o início da noite. Uma testemunha faltou e os depoimentos foram remarcados.
Na sala do fórum da cidade de Arapiraca, o juiz João Azevedo Lessa divide espaço com os advogados dos dois lados, os três religiosos e os ex-coroinhas. Todos chegaram na manhã de ontem ao fórum sem falar com a imprensa.
Acusados de abusar sexualmente de coroinhas durante 15 anos, os religiosos foram flagrados em vídeos, mostrando as relações sexuais deles com os coroinhas.
A repercussão foi tanta que, em março do ano passado, o Vaticano reconheceu os casos de exploração sexual.
Na denúncia, o MP diz que "aproveitando-se da qualidade de sacerdote, os denunciados aproximaram-se das vítimas, coroinhas à época, que tinham entre 12 e 17 anos, com o intuito de satisfazer seus desejos sexuais. Para conseguir o intento, constrangiam os jovens utilizando-se da confiança que desfrutavam, ofereciam vantagens econômicas e, ainda, intimidavam aqueles para que não revelassem os encontros sexuais ocorridos com frequência".
O defensor Edson Lucena, advogado dos monsenhores e do padre, afirma que "a linha da defesa não mudou" e continua com a negativa da autoria do crime.
"Os nossos clientes não cometeram abuso sexual algum", disse.
Membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia do Senado estiveram em Arapiraca em 2010 para colher depoimentos.
Em um deles, padre Edilson confessou ser homossexual e que participava de orgias com jovens na catedral da cidade, pagando os programas com o dízimo recolhido pelos fieis e citando a participação de outros membros da Igreja em festas reservadas.