![]() |
Nunes Lima: Maceió AL * 8/1/1931 +04/07/2011 |
In Memoriam
Alagoano .Jornalista, cartunista. Filho de Roberto Oliveira Lima e Maria José Nunes Lima. Foi, por certo período, ourives. Em Paulo Jacinto, para onde se mudara, lança, juntamente com José Alberto Costa, Xaxado, jornalzinho de quatro páginas datilografadas, que circulava aos domingos. Inicia-se no jornalismo profissional na década de 50, no Jornal de Alagoas, como correspondente do interior, na .Página dos Municípios.. Em 1966, na A Gazeta de Alagoas, para onde fora em 1964, torna-se repórter e chargista. Na A Gazeta de Alagoas manteve a coluna Vida Sem Retoque. Obras: Histórias de Toda a Gente, Maceió, SERGASA, 1980; Livro de Graça, [Maceió] Gráfica Editora A Gazeta de Alagoas, 1984, juntamente com os cartunistas Hércules Mendes e Manoel Viana, apresentação de Imanoel Caldas. Prêmio de melhor cartunista de Alagoas no 12º Salão Internacional de Humor de Piracicaba (SP) 1985. Prêmio Salgema de Jornalismo, nos anos 1991/92/93 e 94.
Vidas Sem Retoque
Autor: Nunes Lima
Editora: Século Z
Autor: Nunes Lima
Editora: Século Z
Quando bem construída, a crítica de costumes é a voz dissonante que teima em pôr o dedo na ferida e apontar os problemas de uma sociedade e de uma época. Naturalmente, não é de se estranhar que, ao debruçar-se sobre fatos, esse tipo de crítica acabe ficando datada. Não é o que acontece com a maior parte dos textos que o cronista e chargista alagoano Nunes Lima, 78, produziu, durante mais de 20 anos, para a coluna A Vida Sem Retoque, publicada semanalmente na Gazeta, nos anos 70, 80 e 90 – no período de 2006 a 2008, a coluna voltou às páginas do jornal.
Uma reunião de 34 das melhores crônicas dessa época acaba de ser lançada em livro: Vidas Sem Retoque, uma publicação que merece a atenção de quem se interessa pelo cotidiano do povo em Maceió e em algumas cidades alagoanas.
Nos últimos capítulos
Depois de um longo e tenebroso inverno, eles se encontraram no calçadão da Moreira Lima, entre bugigangas, vozerio de camelôs.
Fazia muito tempo que eles não se viam, e Clemente fez um ar de espanto: estava diante de uma Eunice bem diferente, envelhecida. Ela tinha os cabelos tingidos para esconder os fios brancos; contrastando com o rosto amarrotado pelos anos, o batom vermelho nos lábios. Mesmo assim, ela ainda conservava um pouco da boniteza de antanho, do tempo em que, vestida de azul e branco, era uma normalista que trazia “um sorriso franco no rostinho encantador”, como diz uma canção, interpretada magistralmente por Nelson Gonçalves.
DEPOIMENTOS
“O Nunes é o que sempre foi: simples, humilde e bonachão. Quando cheguei à Gazeta de Alagoas, na condição de profissional, já o conhecia da Página dos Municípios [da Gazeta]; ele, saído de Paulo Jacinto, eu procedente do Pilar. Aportando no tempo que a memória alcança, lembro que ele exercia a atividade de ourives e, depois, tornou-se jornalista e um dos melhores chargistas do Estado. Recatado e de pouca conversa, o seu temperamento contrastava com as suas charges e com a coluna que publicava na Gazeta de Alagoas sob o título de A Vida Sem Retoque. Seu estilo coloquial e com bastante fluidez sempre nos cobrou a atenção, que se transformava em prazer pelas histórias engraçadas que retratavam e eram complementadas pelas ilustrações dele próprio. Finalmente, o Nunes sempre pôs nas suas charges e nos seus escritos o cuidado do artesão na atividade de ourives que ele então exercia”.
Antônio Sapucaia, 70 - Jornalista e desembargador aposentado
Fontes:Gazeta e ABC das Alagoas