A promotora da área da saúde, Micheline Tenório, abre nesta segunda-feira procedimento para apurar suposta negligência no atendimento de Jardilane Maria do Carmo, de 19 anos, grávida do terceiro filho, viu o bebê- de 32 semanas- morrer a caminho do hospital- após demora de atendimento do Samu.
"Vamos apurar se houve negligência, desleixo ou instaurar ação criminal, se for o caso", disse. "Isso é aburdo", disse a integrante do MP.
Sem motorista para atender uma gestante, o Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) recomendou que ela pegasse um táxi em direção a maternidade. Levada pelos bombeiros e por policiais militares para a unidade de Saúde Paulo Netto, no Centro de Maceió- Jardilane Maria do Carmo, de 19 anos, grávida do terceiro filho, viu o bebê- de 32 semanas- morrer a caminho do hospital.
O caso foi registrado na madrugada desta sexta-feira e o Samu admitiu a falha: "O incidente aconteceu por causa do crescimento da cidade. Foi caso isolado", disse o diretor, Carlos Adriano Silva dos Santos.
Entrevistados pela rádio Gazeta, na manhã desta sexta-feira, parentes da gestante disseram que Jardilane ligou, meia noite, para o Samu, já em trabalho de parto. Na primeira vez, o atendente disse não haver motorista para levar a ambulância. Na segunda, uma atendente recomendou que ela pegasse um táxi. Os bombeiros foram chamados, mas só chegaram à casa da gestante às três da manhã, após insistentes ligações de policiais militares- sensibilizados com o desespero da família.
Segundo o hospital, a gestante chegou ao hospital com o bebê enrolado em um saco plástico, morto. A gestante passa bem.
A direção do Samu confirmou a história e se recusou a revelar o nome dos atendentes. A PM também confirmou a informação- a ajuda e a demora no atendimento.
O Samu, por meio de seu diretor, Carlos Adriano Silva dos Santos, atribuiu o incidente ao crescimento da cidade.
De acordo com ele a recomendação dos órgão de saúde é de que exista uma viatura móvel para cada 250 mil pessoas.
"A capital alagoana possui sete unidades, número por pessoas maior do que o recomendado", disse. O diretor falou ainda sobre os critérios de atendimento do órgão. “O critério utilizado hoje é o de tempo/resposta, por isso as atividades são descentralizadas. Levamos o Samu para a periferia com o intuito de agilizar o atendimento, em outros casos o médico de plantão é quem define", disse o gestor.
Ele disse que o caso vai ser apurado através de sindicância.