O que urde o fim do sonho, inserido nos círculos de poder, derrama-se
Em ilusões e garantias. Está protegido pela lei!
Somos uma complexa rede de convívios, largamente envolvida pela ânsia do
Imediato.
O fraco nem sempre é o que parece fracassar.
Quem não consegue segurar o olhar, muitas vezes perde a força.
Também quem cultiva o medo de falar, nem sempre desconhece a letra.
É complexo, mas dá para entender.
Nem sempre há alegria possível, mas o gosto de fazer o bem nem sempre é alegre.
Tantas vezes é resignado.
Sem fé não caminharia nem mais um passo, e isso é o que perturba.
Não sei se a fé move montanhas, mas garanto que sustenta o olhar da gente
Na direção da ética, da solidariedade, da luta envolta em sol.
Sol causticante que queima e acaricia a alma dos alagoanos sobreviventes.
Entre a miséria e a bala há gente sonhando um tempo melhor, com dias sem fome
E sem lágrimas nos olhos.
Fim de tarde, põe-se o sol e a lua chega mas poucos percebem. O fato é que a lua não
Precisa de platéia para aparecer.
Assim como o Amor não precisa de permissão para sobreviver.
Todos os caminheiros de ontem estão em mim.
Rosto fechado em sabedoria, ar carrancudo e coração morno de saudade,
Molhado de banho de rio antes das usinas poluírem todos eles.
Seriedade configurada na herança do mesmo sonho, tantas vezes morto e insepulto,
O ressuscitado sonho de viver em paz, sendo gente, apenas isso!
Blog de Ana Cláudia- http://blogdeanaclaudia.zip.net/