O deputado estadual Ronaldo Medeiros voltou a cobrar explicações do governo estadual para o episódio que envolve o nome do secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Luiz Otávio Gomes, em um suposto esquema de pagamento de uma “taxa de retorno” de 25% no repasse de dinheiro do banco PanAmericano para o pagamento da campanha tucana em 2010.
Ele estranhou o silêncio do governo sobre o assunto, Segundo o petista, o assunto está sendo escondido pelos tucanos que evitam apresentar explicações convincentes sobre a provável participação do secretário no desvio. “O povo de Alagoas precisa de esclarecimentos sobre esse caso”, afirma Ronaldo Medeiros. O governo estadual novamente negou qualquer tipo de fraude.
A Folha de São Paulo apresentou, na semana passada, informações de que R$ 954 mil da campanha de reeleição do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) teriam sido pagos pela empresa que pertencia ao apresentador Silvio Santos – antes de quebrar em outubro do ano passado. No mesmo período, o banco recebeu R$ 3,3 milhões de uma dívida do Estado, oriunda de créditos consignados descontados de servidores em 2006. O nome do secretário Luiz Otávio Gomes, aparece na troca de e-mails entre diretores do PanAmericano, que apontam a cobrança de uma “taxa de retorno” de 25% em cima do valor inicial que era de R$ 5,5 milhões. Total: R$ 1,2 milhão.
A dívida era referente a créditos consignados que o governo descontou de seus servidores em 2006 e não transferiu ao banco. Em agosto de 2010, a cúpula do PanAmericano formalizou um contrato com o governo para receber o dinheiro. Porém, nos bastidores, ex-dirigentes do banco e integrantes do governo acertaram que haveria uma contrapartida para a quitação – o PanAmericano pagaria ao governo uma “taxa de retorno” de 25% do valor da dívida mais a correção monetária do período.
Os e-mails obtidos pela Polícia Federal mostraram que o acerto da “intermediação” foi feito com o então secretário de Desenvolvimento Luiz Otávio Gomes e a realização do pagamento seria a “única forma de liquidarem o débito”. As mensagens também revelaram que o repasse seria “a título de doação para campanha do PSDB mediante recibo ou emissão de nota fiscal por empresa indicada pelo secretário”. A auditoria interna do banco confirmou o pagamento a duas empresas que, segundo a Justiça Eleitoral, foram fornecedoras de campanhas.
Fonte Site:Ronaldo Medeiros