Pela primeira vez, o Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traz detalhes sobre os registros de morte no País. Entre agosto de 2009 e julho de 2010 foram contabilizados no Brasil 1.034.418 óbitos, sendo 591.252 para o sexo masculino e 443,166 para o feminino. Um dos destaques é grande diferença entre o número de mortes dos jovens do sexo e masculino e feminino.
De acordo com o Censo 2010, o número de mortes de homens é maior do que o das mulheres em quase todos os grupos de idade. Das 1.034.418 de mortes informadas, 57,2% eram do sexo masculino, mas esse percentual atinge seu valor máximo no grupo de 20 a 24 anos de idade, onde 80,8% dos óbitos são da população masculina.
Os valores elevados de registro de óbito nos grupos de 15 a 19, 20 a 24 e 25 a 29 anos de idade são decorrentes dos óbitos por causas externas ou violentas, como homicídios e acidentes de trânsito, que atingem com maior intensidade a população masculina.
A partir do grupo de 20 a 24 anos, essa diferença em relação ao sexo entre os registros de mortes começa a declinar até atingir o menor percentual, 30,2%, na população de 100 anos ou mais de idade. Segundo os dados do Censo, é com 81 anos de idade que o número de óbitos da população feminina supera o da população masculina, já que há bem mais mulheres do que homem que chegam a essa idade no País.
A alta mortalidade masculina no grupo de 20 a 24 anos de idade é bastante distinta entre os Estados. O menor valor pertence ao Estado do Amapá, 260 óbitos masculinos para cada grupo de 100 óbitos da população feminina. Em seguida, com números próximos, estão o Amazonas (339,3) e São Paulo (339,8). No outro extremo, o Estado de Alagoas apresenta a relação de 798 óbitos de homens para cada 100 óbitos de mulheres, a mais elevada do País.
Para o Brasil, o valor dessa razão foi de 419,6 óbitos de homens do grupo de 20 a 24 anos de idade para 100 de mulheres desse mesmo grupo de idade. Com exceção dos Estados do Maranhão e Piauí, todos os demais Estados da região Nordeste estavam acima da média nacional. Na região Centro-Oeste, somente Goiás apareceu acima dessa média. Na região Sudeste, os Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo apresentam razões acima da encontrada para o Brasil.
Mortalidade infantil
Os dados de registro de óbito do Censo 2010 também permitem um detalhamento da mortalidade das crianças menores de 1 ano de idade. Segundo o estudo, no Brasil, 3,4% dos óbitos ocorreram nesse período da vida. Esse valor, segundo a pesquisa Estatísticas do Registro Civil 1980, era de 23,3%, sinalizando uma queda de 85,4% no período de 30 anos.
Na pesquisa, o IBGE detalha os avanços que foram conquistados para que o País chegasse a esse resultado. A melhoria no acesso da população aos serviços de saúde, às campanhas nacionais de vacinação, o aumento do número de atendimentos pré-natais, o acompanhamento clínico do recém-nascido e o incentivo ao aleitamento materno, são alguns dos itens citados.
Mas o estudo também mostra como a taxa de mortalidade infantil é desigual pelo território brasileiro. De um modo geral, regiões com menor desenvolvimento socioeconômico tem um contingente de crianças maior, devido à alta fecundidade; e ainda possuem uma maior mortalidade infantil, o que faz com que o número de óbitos de menores de 1 ano de idade seja relativamente alto nesses locais.
A menor participação (2,1%) foi encontrada no Rio Grande do Sul, seguido de Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina com percentuais de 2,3%, 2,7%, 2,7% e 2,8%, respectivamente. No outro extremo, aparece o Estado do Amazonas com uma 8,5%, seguido pelos Estados do Amapá, Maranhão e Acre com concentrações de 7,9%, 7,1% e 7,0%, respectivamente.
Todos os estados das regiões Sudeste e Sul do País estão abaixo da média nacional de 3,4%. A esse conjunto ainda estão a Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Goiás. Os demais estão acima desse valor.
Censo 2010-Ig-Gov.br