O PanAmericano precisa de um aporte de R$ 600 milhões porque está em um nível considerado "baixíssimo" de capital próprio para manter seu ritmo de concessão de novos financiamentos.
O banco, que pertencia ao apresentador Silvio Santos, quase quebrou no fim de 2010 devido a um esquema de fraudes que o levaram a um rombo de R$ 4,3 bilhões. A Polícia Federal abriu inquérito para apurar as responsabilidades dos dirigentes, que foram afastados pelos controladores. Hoje, o comando é do BTG Pactual --que comprou a parte de Silvio Santos-- e da Caixa Econômica Federal, que tem 36%.
Pelas regras do mercado, uma instituição financeira precisa de, pelo menos, 11% de capital próprio para fazer operações de crédito. O PanAmericano está com 11,99% e, por isso, o Banco Central exige um aporte dos sócios.
Esse aumento de capital teria de ser feito ainda neste ano, mas há um problema.
A Caixa também é alvo da investigação da PF. O que se apura é se ela teria comprado os 36% do PanAmericano ciente do rombo, cedendo a supostas pressões políticas. O banco nega que houve pressão.
Há ainda outra "saia justa". Márcio Percival, que comanda a CaixaPar --empresa criada em 2009 pela Caixa para compra e venda de ativos--, seria amigo de Rafael Palladino, ex-presidente do PanAmericano, já indiciado pela PF sob a acusação de seis crimes. Percival nega qualquer ligação com Palladino.
Reportagem de Toni Sciarretta, Julio Wiziack e Flávio Ferreira para a Folhapublicada nesta terça-feira.
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