Luiz Otavio |
Numa série de 3 cartas (crônicas ) o Secretário Luiz Otavio Gomes através de metáforas e prosopopéias enaltece suas qualidades de gênio insubstituível do Tucanato Alagoano. Nas três o sentimento mais explícito que aflora da alma ,parece ser o medo do amanhã. Na primeira delas , uma carta denominada de Angústia o Secretário modestamente se compara ao mestre Graciliano Ramos em sua história de vida. Na segunda carta , intitulada de Travessia demonstra que se sente injustiçado quando cita um trecho do poeta português Fernando Pessoa como exemplo. Log assim escreve : E, no mesmo poema, ele se pergunta “se não haverá um cansaço das coisas”. Claro que sim, digo eu, principalmente com as injustiças. Na última , ou será a penúltima carta denominada de Tempo de Esperas , faz referência no final do seu texto a um trecho de um livro do Padre pop Fábio de Melo , misto de pregador de ilusões e pseudo-cantor : “O meu olhar alcança o longe. Contempla o território que me separa da concretização do meu desejo. O destino final que o meu olhar já reconhece como recompensa, aos pés se oferece como lonjura a ser vencida. Mas não há pressa que seja capaz de diminuir esta distância. Estamos sob a prevalência de uma imposição existencial, regra que ensina que entre o ser real e o ser desejado, há o senhorio inevitável do Tempo de Esperas”.
Somente uma pergunta ao Secretário : É tempo de esperar o quê ? Que o povo esqueça o que foi escrito nos e-mails divulgados pela Folha de São Paulo e no Estadão ? Ou será o tempo para esperar o dia para anunciar a saída do Governo ? Ou ainda esperar o possível tempo para dar as devidas explicações ,caso assim entenda ,a Polícia Federal ?
Na minha opinião seria interessante que LOG não esperasse e que escrevesse uma última carta que fosse mais objetiva e esclarecedora ,fechando assim a sua quadrilogia autobiográfica .
Observando as citações que o Secretário faz em seus textos, vejo que o mesmo possui um gosto romântico pelos poetas políticos e por um lado místico religioso.Portanto como sugestão , a última crônica panamericana autobiográfica poderia ter o título : A queda da Bastilha ou a Canção do Exílio, e que nela, sem metáforas e delongas Luiz Otavio refutasse por A + B as acusações que lhes foram imputadas de ter recebido uma taxa de retorno de 25% quando da divulgação de um dos e-mails apreendidos pela PF que está anexado ao inquérito.
Conforme informações do Jornal Folha de São Paulo,no inquérito existe um comentário do analista da Polícia Federal explicando o modus operandi utilizado pelos investigados, o qual transcrevo "Ipsis Litteris " : "(...e uma taxa chamada "RETORNO" que deverá ser paga pelo banco a cada repasse do governo alagoano na forma de doação de campanha para o PSDB mediante recibo ou emissão de nota fiscal por empresa que será indicada pelo secretário").
Caso a sugestão de escrever uma última crônica não seja aceita , que democraticamente o Sr. Luiz Otavio utilize o Rádio , meio de comunicação mais popular que atinge todas as camadas sociais do Estado de Alagoas, e não somente alguns que possuem o privilégio de dispor de uma internet ou o dinheiro para comprar um jornal, para se assim desejar ,prestar o seu devido esclarecimento ao povo Alagoano .
Espero sinceramente ,que em curto espaço de tempo , o Sr. Luiz Otavio possa fazer a sua travessia da angústia para a serenidade !
Mário Augusto