03/11/2011
A Polícia Federal aponta14 empresas de fachada como ponte usada por ex-dirigentes do Banco Panamericano para suposto desvio de "quantia astronômica" do caixa do banco. A PF afirma que R$ 76,89 milhões migraram ilicitamente "para empresas dos diretores (do banco) e para outras empresas de membros do conselho de administração e diretores do Grupo Silvio Santos".
As transferências supostamente fraudulentas ocorreram entre 2008 e 2010. Nesse período, diz a PF, a remuneração global dos administradores do banco correspondeu à quantia de R$ 20 milhões.
Atas de Assembleias Gerais Ordinárias indicam que em 2008 foram destinados R$ 6,5 milhões para a cúpula do banco; em 2009, a quantia de R$ 7 milhões; em 2010, R$ 6,5 milhões.
"Não há em nenhum ato societário a aprovação do pagamento de bônus ou participação nos lucros e resultados, além do pró labore recebido", destaca a PF, em relatório intitulado "do uso de empresas de fachada para a subtração de valores pela administração do Panamericano".
Depoimentos de dois ex-funcionários da área de recursos humanos do grupo, Victor Hugo Gugi e Regina Lucia Zacharias Aguiar, reforçam suspeitas sobre a liberação de recursos. Eles confirmaram "pagamento de bônus para os administradores sem autorização formal".
"Os administradores determinaram indevidamente e sistematicamente a transferência das contas do banco de valores superiores àqueles estabelecidos para a remuneração da administração em assembleia, em proveito de contas abertas em nome de empresas de fachada", diz a PF.
Dois relatórios de inteligência policial, numerados 01/2011 e 03/2011, afirmam que "todas as empresas eram de fachada, pois tinham seus supostos endereços de funcionamento declarados em imóveis de total incompatibilidade com o objeto social".Continue lendo no Estadão :Empresas de fachada receberam do Panamericano