
Nem mesmo na segunda chamada do SiSU para os estudantes que prestaram o Enem-2011 os alagoanos conseguiram aumentar de forma significativa o espaço que ocuparão nos principais cursos oferecidos pela Ufal. Mais de 80% dos médicos que vão se formar em 2017 pegarão seus diplomas e retornarão aos seus estados de origem. Talvez alguns agradeçam à hospitalidade alagoana, antes de partirem...
Mesmo faltando médicos no Estado, a Ufal parece disposta a formar esses profissionais para o resto do país – menos para Alagoas. Ainda se espera uma mudança no posicionamento da Reitoria sobre a oferta de vagas para o Enem – e a expectativa é de que a razão prevaleça e se institua um sistema que garanta o acesso de estudantes alagoanos à Universidade Federal de Alagoas.
No vizinho Estado de Pernambuco, o Enem foi apenas uma etapa para a seleção dos ocupantes das vagas. Em todos os estados brasileiros foram implantados sistemas que garantiram, em primeiro lugar, o acesso de seus próprios filhos ao ensino público superior. Só Alagoas disponibilizou a totalidade de suas vagas para o Enem e para o resto do país, em detrimento dos alagoanos.
O curso de medicina da Ufal sempre aprovou alunos pobres e de classe média, que se preparavam e passavam em programas de residência médica dos mais concorridos. Agora, esses estudantes não terão mais oportunidade de ingresso na Ufal, devido à concorrência do Enem. Uma injustiça que precisa ser corrigida.