Campus da USP de Ribeirão Preto tem infestação de carrapatos
A USP de Ribeirão Preto (SP) começou uma campanha para que a população evite as áreas de vegetação do Campus por causa de um infestação de carrapatos. Cartazes foram fixados em vários locais da universidade avisando sobre o problema.
Segundo a assessoria de imprensa da universidade, infestações de carrapatos são comuns no Campus devido à presença de capivaras no local. O animal serve de hospedeiro para os parasitas. O risco de humanos entrarem em contato com os carrapatos é a transmissão da febre maculosa, doença que se não tratada rapidamente pode levar à morte [no Brasil, letalidade atinge 30%-40% ].
Em setembro do ano passado [2011] uma infestação de carrapatos obrigou a Coordenadoria da USP de Ribeirão Preto a interditar toda a área de vegetação ao redor do lago do Campus. A pista de atletismo
teve de ser fechada e aulas e atividades suspensas. A decisão veio após várias pessoas serem picadas pelos parasitas.
A universidade não informou se será realizado algum tipo de ação de combate aos carrapatos no Campus.
Fonte: http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2012/06/campus-da-usp-de-ribeirao-preto-tem-infestacao-de-carrapatos.html
Comentário :Promed;org
Não há menção sobre a espécie de carrapato associada à infestação. Pelo conteúdo da notícia (presença de capivaras e risco de febre maculosa), provavelmente, seja o Amblyomma cajennense.
A presente notícia é mais um exemplo da relevância dos carrapatos como problema de saúde pública em todo o mundo. No Brasil, tal importância, que já era bem estabelecida no âmbito veterinário, passou a emergir em relação à saúde humana, sobretudo, em decorrência da febre maculosa brasileira (causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, cuja expansão das áreas de transmissão (inclusive para áreas urbanas) e a manutenção de elevadas taxas de letalidade associadas vêm colocando a doença como grande desafio a
ser enfrentado.
Parte do desafio é a questão do manejo hospedeiro, a capivara (animal silvestre, protegido por lei)que em muitas localidades se tornou uma verdadeira praga urbana e cuja presença é, certamente, um dos principais fatores, não apenas para contribuir para infestação por carrapatos, mas também para a expansão das áreas de transmissão da febre maculosa.
Vale ressaltar que no âmbito das doenças transmitidas por carrapatos, no Brasil, apenas a febre maculosa é passível de investigação laboratorial de rotina e notificação compulsória.
Para ver postagens anteriores sobre a febre maculosa,acesse: