FALTA DE MÉDICOS REVOLTA POPULAÇÃO
Governo é único responsável pelas mortes por falta de assistência
A população que procura assistência médica nos ambulatórios 24 horas está revoltada com a falta de médicos. O governo ignora a situação. Na semana passada, uma família denunciou a morte de um parente no Ambulatório 24 horas Assis Chateaubriand e disse que não tinha médico no local para atender.
A responsabilidade, porém, não é dos médicos, mas do governo que não providencia a contratação de profissionais. É necessário fazer concurso público e pagar um salário decente à categoria. O Ambulatório Assis Chateaubriand já teve 25 médicos efetivos, agora tem apenas cinco – quantitativo insuficiente para cobrir as escalas.
O que afastou os médicos do ambulatório foram os baixos salários e a falta de condições éticas de trabalho – como não ter médicos suficientes para atender à demanda. Vale lembrar que a evasão de médicos não se deu só no Assis Chateaubriand mas em toda a rede estadual de saúde, principalmente, por causa do salário imoral.
Os médicos contratados como prestadores de serviço, mesmo ganhando mais que os efetivos, estão desistindo por causa da sobrecarga de trabalho. A falta de segurança e o medo das ameaças feitas pelos familiares de pacientes (desde processos até ameaças de morte) contribuem para tornar a situação insustentável.
A única forma de reverter isso é implantar o PCCV dos médicos e realizar concurso público – e isso depende exclusivamente de vontade política, compromisso com a população, respeito aos profissionais e responsabilidade, que são, entre outros, atributos que o atual governo não tem.
Enquanto a situação não muda, o Sinmed orienta às diretorias dos ambulatórios que fechem as portas quando não tiver médico trabalhando. Manter um serviço de “urgência” aberto à população sem médicos para atender à demanda pode ter consequencias graves, com a culpa recaindo sobre quem não tem poder e nem obrigação de resolver o problema. Com o ambulatório fechado por falta de médicos, a responsabilidade sobre o que vier a acontecer será do governo.