Na última segunda-feira, quando souberam do resultado da reunião entre o SINMED e os secretários Alexandre Lages, da Gestão Pública, e Alexandre Toledo, da Saúde, os médicos presentes à assembleia convocada pelo sindicato queriam votar e entrar em greve de imediato. A diretoria informou que ainda esperava um novo encontro com os representantes do governo para saber se já havia uma definição sobre o envio do projeto de lei do PCCV à Assembleia Legislativa, o que não aconteceu até o final da tarde da sexta-feira passada.
Na assembleia, a direção do SINMED relatou que o governo quis protelar a definição sobre o PCCV, marcando uma reunião para o dia 10 de dezembro, cinco dias antes de a Assembleia Legislativa entrar em recesso de final de ano. “Não daria para a Assembleia aprovar o projeto. O PCCV precisar ser aprovado ainda em 2012 para entrar em vigor em janeiro de 2013. Com o sistema remuneratório implantado, o governo poderia realizar concurso público para acabar com a precarização do trabalho médico e recompor o quadro que está deficitário”, explica o presidente do SINMED, Wellington Galvão.
Os médicos decidiram não esperar mais, levando à convocação da assembleia no dia 03/12 para deliberação sobre a greve e definição de estratégia para funcionamento dos serviços essenciais, que são aqueles que envolvem risco de morte. Para o SINMED, o que vai acontecer de agora em diante é responsabilidade do governador.
O PCCV dos médicos é enxuto, não terá grande impacto sobre a folha do Estado, tem o apoio dos secretários da Gestão Pública e da Saúde, além dos técnicos das duas pastas e, embora seja inferior ao que era esperado, atende à reivindicação da categoria. Com a aprovação em 2012, o governo iniciaria a implantação em janeiro de 2013, com a incorporação da GPS para os médicos que já recebem e sua extensão para os que ainda não recebem, além dos aposentados e pensionistas. O cronograma do projeto de lei prevê a conclusão da implantação do PCCV em dezembro de 2014.