Categoria espera anúncio de envio do projeto de lei à Assembleia
Nos últimos cinco anos, 40% dos médicos efetivos da rede estadual pediram demissão.
Dos cerca de 2600 médicos atuando na rede em 2007, restam em torno de 1500.
Atualmente, pelo menos 200 pedidos de aposentadoria especial estão em andamento.
O quadro de médicos do SAMU tem 90% de prestadores de serviços, profissionais à margem de quaisquer direitos trabalhistas.
O Estado também perde médicos para doenças causadas pelo estresse e pela baixa qualidade de vida, decorrentes da sobrecarga de trabalho e falta de condições éticas para o exercício da medicina.
O Sinmed se reúne no dia 26/11, às 17 horas, com os gestores da Saúde, Alexandre Toledo, e da Gestão Pública, Alexandre Lages. O objetivo é definir o encaminhamento do projeto de lei do PCCV dos médicos à Assembleia Legislativa Estadual, visando sua aprovação e sanção ainda este ano. O sindicato negocia há dois anos com o governo a implantação do PCCV, em parcelas, até o final de 2014.
Somente o anúncio do envio do PCCV ao Legislativo poderá evitar a greve geral da categoria, a partir de dezembro. Os médicos estão no limite da paciência e não querem mais esperar. Até agora, o Sinmed insistiu na negociação, com a expectativa que o governo cumpra o que prometeu.
Nos últimos meses, o Sindicato tem segurado a categoria para evitar uma greve, com o argumento da negociação. Agora, o PCCV está pronto, inclusive com o estudo de impacto financeiro concluído e atestando a viabilidade de sua implantação. O governo não tem mais o que esperar.
“Esse plano de carreira tem que ser implantado logo, antes que o último médico deixe o Estado. A situação está crítica. Pela vontade da categoria, já teria estourado uma greve geral há muito tempo. Há um abandono total da saúde pública, um completo desrespeito à classe médica e à população e a cada dia fica mais difícil conter a insatisfação. Isso tudo é responsabilidade do governador e ele vai ter que tomar uma atitude. Não dá mais para adiar”, disse o presidente do Sinmed, Wellington Galvão.
Tão logo o PCCV seja implantado, o governo deve se preocupar com a convocação de concurso público para recompor o quadro de médicos da rede estadual. Serviços fundamentais como o HGE, SAMU, Santa Mônica, Hemoal, UE do Agreste, HDT e ambulatórios 24h enfrentam uma situação crítica de falta de médicos. Os ambulatórios 24h fecham nos fins de semana e à noite por falta de profissionais. A população fica sem assistência e o HGE está permanentemente superlotado.