MÉDICOS ENTRAM EM GREVE TERÇA-FEIRA
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Na próxima terça-feira, 11, os médicos da rede estadual entram em greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleia, na semana passada, e já comunicada ao governo, MPE, DPE, TJ/AL e Cremal. A assembleia aconteceu depois da última reunião entre o Sinmed e o secretário de Gestão Pública, Alexandre Lages, além de técnicos da SESAU e SEGESP. O encontro foi mais tentativa de se obter uma definição sobre o envio do projeto de lei do PCCV da categoria para a Assembleia Legislativa Estadual.
A diretoria levou o resultado da reunião aos médicos na noite de segunda-feira (3) no Sindicato, informando o pedido do secretário Alexandre Lages de mais tempo para que o governo definisse o envio do projeto. Os profissionais, que há muito tempo manifestam a intenção de fazer greve, decidiram marcar a data da paralisação, dando ao governo mais uma semana de prazo. Até sexta-feira (7), o projeto de lei não tinha sido encaminhado ao Legislativo.
Com a greve, os ambulatórios 24 horas, na periferia, ficarão sem médicos. Nos serviços de urgência (HGE, HDT, Santa Mônica, UE do Agreste e SAMU), além do Hemoal, serão mantidos apenas 30% do efetivo de médicos, para atendimento dos casos que envolvam risco de morte. No caso do HGE, o trabalho dos médicos ficará concentrado nas áreas vermelha e amarela.
O PCCV é uma reivindicação antiga do Sinmed e é negociado com o atual governo há pelo menos dois anos. O projeto final, elaborado pelos técnicos da SESAU e SEGESP com acompanhamento do Sindicato, não atende à expectativa da classe, mas diante da atual realidade salarial dos médicos do Estado representa uma melhoria bastante significativa, e garante avanço progressivo até o final da carreira.
Apesar do empenho dos secretários Alexandre Lages e Alexandre Toledo, o governador não demonstra interesse no projeto, protelando indefinidamente sua implantação. Cansados de esperar, os médicos decidiram pela greve. Atualmente, o Estado conta com cerca de 1.500 médicos. Cinco anos atrás, eram em torno de 2.600; mas os baixos salários provocaram evasão de médicos da rede estadual para outros estados. Se a situação atual persistir, a falta de médicos na rede pública, que já é bastante grave, vai piorar pois ocorrerão mais demissões voluntárias.