Dos 23 casos de violência contra jornalistas em 2011, 16 estão relacionados a problemas políticos e sete têm a ver com violências policiais. O levantamento feito pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) aponta que grande parte dos casos de violência e atentados contra a liberdade de imprensa no País é motivada por reportagens com temas “políticos ou relacionados à administração pública”. José Augusto Camargo, secretário-geral da Fenaj, aponta que o problema é reforçado por poderes autoritários em pequenas cidades do país. “Nossas instituições, na maioria das vezes, não possuem uma feição republicana.
Esses poderes são autoritários e dominadores”. Camargo explica que esses atentados não causam comoção pública, o que é ruim, pois não ganham divulgação. “Veículos menores escondem essa violência, mas ela tem que ser combatida por meio de instrumentos legais”. José Augusto Camargo O jornalista explica que a falta de uma Lei de Imprensa agrava a situação e representa um vão jurídico. “Não ter nenhuma lei cria um vácuo, as pessoas não têm direito de resposta, algo que tipifique o crime de imprensa em que a empresa tem parte, não tem tipificação legal”.
O levantamento da Fenaj mostra que a região Sudeste é a mais perigosa para o exercício da profissão alternando posição com as regiões Nordeste e Centro Oeste. A região Sul é a única que se mantém na posição que não apresenta casos de violência contra jornalistas.
Mortes
Décio Sá
O número de jornalistas mortos no Brasil, que varia de acordo com relatório de cada entidade, está entre quatro e sete. Entre os casos estão os jornalistas Mário Randolfo Marques Lopes, em Vassouras (RJ) e Paulo Roberto Cardoso Rodrigues, em Ponta Porã (MS), ambos mortos no mês de fevereiro. Em julho, Valério Luiz de Oliveira, da Radio Jornal, em Goiânia, foi assassinado quando saía da emissora. No mês de abril, o maranhense Décio Sá que trabalhava no Estado do Maranhão foi morto com seis tiros. Em Simões Filho (BA), a vítima foi Laércio de Souza.
O ano de 2012 também tem sido tenso para jornalistas de outros países. Pelo mundo 119 profissionais foram mortos enquanto exerciam a profissão. De acordo com o Instituto Internacional de Imprensa (IPI) o índice supera o de 2009, que teve 110 jornalistas mortos.
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