É lamentável, mas parece que alguns médicos estão mesmo muito satisfeitos com o salário que ganham do Estado e com as condições de trabalho que são oferecidas.
Na reunião da noite de ontem, 26, na Santa Mônica, diretoras do hospital não gostaram de saber da presença do sindicato. Certamente intimidados, alguns médicos deixaram de se reunir com a diretoria da entidade.
Mas o que foi constatado por lá é que a situação piora a cada dia, no quesito falta de médicos. Quem tem medo ou não quer pedir demissão (até por estar perto de se aposentar) está encontrando outras formas e se afastar das escalas de plantão, como transferência para outros serviços, licença sem vencimentos ou licença médica.
E não se pode nem falar em licença médica injustificada, porque as condições de sobrecarga e de pressão em que os médicos trabalham em locais como a Santa Mônica, HGE e ambulatórios 24 horas, entre outros serviços, realmente adoecem os profissionais.
O que o governo está esperando para tomar uma providência?
O que os médicos esperam que aconteçam até que se decidam a lutar, de fato, por respeito profissional e dignidade salarial?
Tem muitos médicos que não perdem uma assembleia ou reunião, acompanham a diretoria em audiências com instituições mesmo que não possam participar, vão à luta, mostram a cara, se indispõem com chefias e até com colegas que não têm coragem de brigar.
Infelizmente, esse valorosos profissionais que honram a medicina não podem, sozinhos com o apoio do sindicato, pressionar o governo. Tem que haver união da categoria, vontade de todos e coragem.
Do contrário, a categoria nunca terá PCCV, condições minimamente éticas de trabalho e os médicos da rede estadual correndo o risco de responder perante o Cremal/CFM e até na Justiça comum pelas mortes que acontecem todos os dias, por causa da falta de médicos nos hospitais e da falta de estrutura de atendimento.
Os que querem isso - querem que essa situação persista - estão furando o movimento ou se omitindo de participar. E não adianta dizer que falta estímulo para a luta, pois para ter estímulo basta tirar um turno de plantão em qualquer unidade da rede pública ou então olhar para o contracheque.
FONTE:SINMED/AL