'HGE deveria ser interditado', afirma presidente do Sindicato dos Médicos Wellington Galvão apresenta relatório expondo caos da saúde em Alagoas.
Categoria está em greve há mais de 50 dias.
Do G1 AL
O presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed), Wellington Galvão, esteve reunido com médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), da maternidade Santa Mônica e cirurgiões do Hospital Geral do Estado (HGE) em uma coletiva para apresentação de um relatório que expõe o caos vivido pela saúde pública alagoana.
A categoria está em greve há mais de 50 dias, e muitos continuam pedindo afastamento dos cargos. O encontro aconteceu na sede do sindicato, no bairro do Trapiche, em Maceió.
Uma das principais reivindicações da categoria, é a quantidade de médicos não concursados que existem em atividade. De acordo com o Galvão, 70% do efetivo que se encontra trabalhando nas unidades de saúde da capital e do agreste, não possuem nenhum vinculo trabalhista com as unidades as quais eles prestam serviço, e esse fator influencia diretamente na situação atual, considerado pelo sindicalista como “imoral”.
“Hoje o HGE deveria ser interditado, diante do tamanho descaso mostrado pelo governo. Algumas áreas funcionam com superlotação, não há leitos, salas de cirurgia, nada. São tantos pacientes que em muitas oportunidades os médicos não conseguem nem identificá-los. Eles não têm condições de prestar o devido atendimento a população, que infelizmente vêm sofrendo com essa situação”, revelou o presidente do Sindicato.
Ele revelou ainda que em algumas unidades, pacientes ficam internados durante dias em macas, e que na área vermelha do HGE, existem 54 pacientes, quando o setor comporta apenas nove. Na assembleia, também foi dito que o governador de Alagoas se reuniu com membros do sindicato há 10 dias, e que o chefe de Estado está a par da situação “caótica” que vive a saúde de Alagoas, mas que até o momento não definiu nenhuma medida de intervenção.
Além dos assuntos levantados na coletiva, a categoria já vem pleiteando desde o início da paralisação, reajuste salarial, Plano de Cargo, Carreira e Salário (PCCS), além da realização de concurso público para aumentar o efetivo.