Uma coisa o governo de Alagoas já disse aos médicos: o Estado tem dinheiro para tudo, menos para implantar o PCCV com salários decentes para a categoria e para realizar concurso público para suprir a falta de médicos na rede pública.
E agora?
Para contratar cooperativas, organizações sociais, pagar altas gratificações para cargos de confiança e contratar um batalhão e meio de comissionados não falta dinheiro, não é?
O que fazer?
A diretoria do Sinmed entende que a greve na rede pública estadual chegou num impasse: ou os médicos se conformam de continuar ganhando o que ganham ou pedem demissão coletiva e param todos os serviços da rede estadual de saúde.
Quem sabe, assim, o governo não acha um jeito de implantar o PCCV? E com os salários decentes reivindicados - sem mais reduções na tabela já negociada com o Sindicato e sem artifícios para, depois, tirar dos médicos a melhoria salarial que for dada, como aconteceu em 2007.
É o seguinte: tem que parar. Parar mesmo. Parar Santa Mônica, HGE, SAMU.
Ninguém quer passar o resto da vida se matando de trabalhar, se expondo a toda sorte de risco numa rede de atendimento sucateada, subdimensionada, desabastecida e onde os profissionais não têm nem mesmo segurança (entra e sai quem quer, a hora que quer) em troca de um salário de R$ 1.500,00.
Se o Estado, por seus 'gestores', não tem vergonha de remunerar de forma tão indigente uma classe profissional tão nobre, tão qualificada e tão importante para a população, que a categoria se envergonhe de se submeter a tratamento tão humilhante e se imponha respeito.
É isso que está faltando. A luta da classe médica precisa ser fortalecida. Nada de furar a greve. Nada de desanimar. Nada de se conformar com a desculpa esfarrapada da lei de Responsabilidade Fiscal.
Onde já se viu um governo omisso, inoperante, preguiçoso, apático, despreparado, descompromissado e mentiroso poder se apoiar em desculpa de que está respeitando limites impostos pela LRF?
Vamos lá, já passou da hora de reagir. Vamos entrar no terceiro mês de greve. É para ficar assim até quando?
FONTE:SINMED/AL