A rede pública estadual de saúde tem hoje em torno de 1.300 a 1.600 (dados precisos, oficiais, não são informados) médicos efetivos - entre ativos e inativos. Precisaria de pelo menos 3.000 para atender à demanda atual do Estado.
Mas, em Alagoas, saúde não é prioridade. Por isso, a rede pública estadual está abandonada. Os hospitais funcionam em condições mais precárias do que hospitais de campanha. Os médicos recebem salário vil, trabalham com sobrecarga porque não estão em quantitativo suficiente para atender quem precisa de assistência médica.
A famigerada LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) impede que, mesmo tendo dinheiro, o governo de investir no pagamento de salários dignos aos médicos. Isso, diga-se, segundo os gestores.
Concurso público, com os salários atuais, nem pensar. Ninguém vai se submeter a um concurso para ganhar salário de fome. Aliás, o governo também alega que nem isso - concurso público com o salário de fome que paga - pode fazer, pois não tem como contratar pessoal por causa da LRF...
Pergunta: o que resta aos médicos da rede pública estadual de saúde, diante de tal situação? Pedir demissão e ir embora para outro local, onde a LRF não inviabilize a saúde pública.
Interessante é que, em Alagoas, tem categorias profissionais do serviço público estadual que, mais do que justas, recebem remunerações muitíssimo generosas. Para certas categorias, a LRF parece nem existir.