Juntou tudo: o salário vil, a falta de condições éticas, a indignação com o tratamento desrespeitoso dispensado pelo Estado e a revolta com a indiferença e falta de sensibilidade, mesmo depois de 70 dias de paralisação dos médicos. A gota d’água foi o discurso dissonante, dissociado da realidade de Alagoas, proferido pelo governador Teotônio Vilela Filho, na sessão de abertura do ano legislativo na Assembleia Legislativa Estadual, terça-feira passada.
A sonora vaia dada pelos médicos, que tinham ido pedir apoio dos parlamentares na busca de uma solução negociada para o fim da greve, não foi planejada. Foi um desabafo. Aconteceu de forma espontânea, provocada pelo discurso risível de Téo Vilela sobre suas “realizações”, inclusive na saúde. Se o governo não é capaz de resolver nada, que pelo menos não tripudie dos médicos e nem tente enganar a população com discursos fantasiosos.