Enquanto os cirurgiões precários (prestadores de serviços) aceitaram trabalhar por cooperativa e os efetivos toparam receber uma “bolsa” de complementação salarial, os demais especialistas que atuam no HGE – efetivos e prestadores de serviços - decidiram lutar por dignidade profissional: querem plano de carreira, salário no contracheque compatível com a média do Nordeste e concurso público para que os precários tenham oportunidade de efetivação.
Na última quinta-feira (7), ortopedistas, oftalmologistas, pediatras, clínicos, cardiologistas, gastroenterologistas, ‘otorrinos’ e outros especialistas decidiram pedir demissão coletiva, caso o governo não atenda às reivindicações da categoria. Eles não aceitam trabalhar por cooperativa e nem querem penduricalhos salariais como bolsas ou abonos, que não contam para aposentadoria e podem ser tirados a qualquer momento.
Dois grupos já começaram a organizar a demissão: ortopedistas e pediatras. Entre os ortopedistas, de 18 plantonistas do HGE 12 são prestadores de serviços e os demais são efetivos. Os efetivos deverão cumprir aviso prévio de 30 dias e os prestadores de serviços poderão se afastar da escala, logo após a comunicação oficial da decisão à SESAU. Com a saída imediata dos 12, os seis que cumprirão aviso prévio não terão condições de cobrir a escala do HGE de 24 horas/dia, sete dias/semana.
No dia em que os médicos do HGE tomaram essa decisão, noticiários nacionais destacavam a falta de médicos na rede pública em Brasília/DF. Motivo: os baixos salários – R$ 7 mil para 24h semanais. O que dizer, então, da situação dos médicos alagoanos – R$ 1.528,00 para as mesmas 24h semanais? Acorda, governador!