O governo começa a retaliar os médicos grevistas, exigindo das chefias as escalas de plantão e a anotação das faltas, para abertura de processos administrativos contra os profissionais que aderiram ao movimento.
O que o Sinmed está propondo: que os médicos, que ocupam cargos de chefia - diretores de hospitais, chefes de plantões, clínicas, setores ou o que for - deixem seus cargos, em solidariedade aos colegas e em protesto à atitude do governo de só retaliar e nem considerar o atendimento às reivindicações da categoria.
O momento não é de temer retaliações. Mas de enfrentar a situação, manter-se firme no movimento e fazer com que o governo entenda que os médicos não se submetem mais a trabalhar nas atuais condições salariais e de falta de estrutura para o exercício profissional.
A categoria está adoecendo - adoecendo porque trabalha em excesso (plantões no HGE, UE do Agreste, Santa Mônica, ambulatórios 24 horas, etc.) são mais extenuantes do que em qualquer outro local. Falta de tudo para se prestar uma assistência digna aos pacientes; um médico tem que se desdobrar em dois ou três para dar conta de atender à demanda.
E no final do mês o que se recebe é um salário vergonhoso, indigno, que avilta um profissional altamente especializado, cuja formação demanda mais que os seis anos da graduação, pelo menos mais 3 anos de especialização. Mas ninguém respeita ou reconhece a importância do médico na rede pública.
Até quando essa situação vai persistir? Se depender do governo, indefinidamente. Cabe à categoria dar um basta nessa situação. O governo ignorou a greve e agora está partindo para a retaliação? Vamos enfrentar? O processo administrativo é para demitir? E se o médico pedir demissão primeiro? Pra valer? Se recusar a continuar nessa situação?
FONTE:SINMED/AL