Segundo os dados da OMS/WHO, de fato, conforme aponta a notícia, houve um significativo aumento da incidência do sarampo entre os anos de 2011 (1649 casos; incidência 2,43 casos/100.000 habitantes) e 2012 (2326 casos; incidência 3,34/100.000 habitantes) na República Democrática do Congo (Fonte:
Entretanto, basta observar a situação epidemiológica da doença em outros países do continente africano para se constatar o quão alarmante é a situação. Exemplo disso: Angola 4442 casos (incidência 22/100.000 habitantes)noano de 2012 Fonte:
http://www.who.int/immunization_monitoring/diseases/measlesreportedcasesbycountry.pdf
http://www.who.int/immunization_monitoring/diseases/measlesreportedcasesbycountry.pdf
Apesar de todas as iniciativas, nacionais e internacionais, governamentais e não-governamentais, com tamanha miséria, instabilidade política, guerras e guerrilhas... e até assassinatos de vacinadores, difícil imaginar um cenário epidemiológico mais otimista, pelo menos a curto (ou médio?) prazo.
Para ver a distribuição dos casos de sarampo no mundo, acesse o mapa da OMS/WHO:
Para ver os dados epidemiológicos sobre sarampo segundo região do mundo, acesse:
Para ver a distribuição do genótipos do vírus do sarampo no mundo, acesse:
Surto de sarampo no norte do Congo está provocando a morte de crianças
http://jornaldeangola.sapo.ao/18/0/surto_de_sarampo_no_norte_da_rdc__esta_a_provocar_a_morte_de_criancas
Um surto de sarampo está a provocar mortes, desde 2010, no norte da República Democrática do Congo, onde as crianças vítimas de desnutrição são as mais afetadas devido à falta de vacinas, anunciou, na quinta-feira, a organização Médicos Sem Fronteiras em comunicado, divulgado pela AFP.
A chefe adjunta da missão da MSF, Amaury Grégoire, afirma que esta “epidemia continua a afectar o país desde 2010 e é particularmente mortal em crianças com menos de cinco anos. A mortalidade pode chegar até 25 por cento dos casos, devido à desnutrição ou a outras doenças oportunistas”, sublinhou Amaury Gregoire, para quem “é inaceitável que ainda se morra de sarampo no século XXI”.
Zonas de difícil acesso
Durante um ano, a ONG vacinou 440 mil crianças e cuidou de 18.500 doentes. Mas, na RDC, “centenas de milhares de crianças nunca foram vacinados e continuam a morrer de uma doença que é fácil de prevenir”, acrescentou a chefe adjunta da missão da MSF na RDC. Enquanto a vacina é facilmente utilizável e barata, a falta de saneamento, infra-estruturas rodoviárias e meios para as campanhas de vacinação dificulta a situação, refere a MSF.
Poucos meios
Assim, para chegar a uma zona do norte e vacinar 76 mil crianças, a ONG dispõe apenas de dois frigoríficos e uma motorizada.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse em Janeiro, em Genebra, calcular que 800 mil crianças não foram vacinadas contra esta doença na RDC, que conta com 68 milhões de habitantes.