AGRADECIMENTO
A Academia Alagoana de Medicina tentou mediar um acordo entre os médicos grevistas e o governo. Uma comissão de onze acadêmicos se reuniu na última quarta-feira durante uma hora e meia com o secretário estadual de saúde. Os acadêmicos defenderam as reivindicações da classe médica, mas ouviram do secretário a mesma desculpa que tem sido dada desde o início da greve: a Lei de Responsabilidade Fiscal impõe limites, nada pode ser feito. Além disso, o Estado não tem dinheiro para aumentar salário de médico. A não ser que o Ministério da Saúde mande mais recursos para Alagoas.
Dá para saber qual é o objetivo do governo: usar a greve dos médicos para conseguir mais verbas federais e não fazer nada pela categoria. Em 2007, a greve dos médicos levou o governo federal a aumentar em R$ 5 milhões/mês os recursos repassados ao Estado para a saúde. O valor per capita transferido pelo Ministério da Saúde passou de R$ 85 para R$ 125. O governo deu um reajuste salarial parcelado e retirou de uma só vez o adicional noturno, deixando salário menor que antes da greve.
Caso o governo venha a oferecer uma proposta à categoria, é bom que se saiba que o Sindicato não vai decidir se essa proposta será aceita ou não. O Sindicato apenas vai levar a proposta à assembleia da categoria. Sempre são os médicos que decidem – tanto se vão entrar em greve como se vão aceitar alguma proposta feita pelo governo. O Sinmed reúne a categoria, expõe a situação, acompanha o debate e coloca em votação.
A tentativa da Academia Alagoana de Medicina foi muito válida. O Sinmed e todos os médicos grevistas agradecem aos acadêmicos, nas pessoas dos doutores Milton Hênio e Ednaldo Holanda.