Em entrevista ao portal de notícias do governo, o secretário estadual da Saúde, Jorge Villas Bôas, anunciou que vai colocar relógio de ponto eletrônico nas unidades de saúde e que o ponto dos médicos, que estão em greve desde o dia 11 de dezembro, está sendo controlado.
O Sinmed apoia a decisão do secretário e acha a colocação do ponto eletrônico para todos os servidores uma ótima iniciativa. Mas, primeiro, o governo terá que contratar - de forma regular e não de boca - servidores que faltam na rede de saúde. Para isso, tem que fazer concurso. No caso dos médicos, para fazer concurso tem que antes instituir, por lei, um salário decente.
Se o governo não fizer acordo para melhorar os salários da categoria, muitos dos médicos efetivos que ainda restam vão deixar o Estado. Para os que ficarem, o controle do ponto é indiferente, pois eles já se matam mesmo de trabalhar, cumprem horário e até passam do horário quando não tem médicos para rendê-los.
Já dos prestadores de serviços, contratados de boca, o Sinmed não sabe se o governo poderá cobrar ponto. Afinal, se o fizer terá que admitir que contrata ilegalmente - e exige ilegalmente. E o ponto eletrônico poderá ser (mais) um tiro no pé que o governo dá, pois os médicos precários (prestadores de serviços) terão mais um documento para usar como prova no processo, no dia que resolverem colocar o Estado na Justiça para comprovação de vínculo.
Ascom Sinmed