Primeiro, o Sinmed elaborou um projeto de PCCV e batalhou para que o governo o implantasse. O governo prometeu fazê-lo, mas disse que teria que fazer algumas adaptações, para adequar o projeto às leis estaduais. Criou uma comissão para realizar esse trabalho e negociar com o Sinmed as mudanças que seria necessária.
Depois de dois anos de embromação, os médicos, insatisfeitos com a demora e não aguentando mais os baixos salários, resolveram entrar em greve. Quando a greve começou, o governo tratou de procurar a Justiça, pedindo a declaração da ilegalidade do movimento.
A Justiça acatou o pedido e de nada adiantou o Sinmed ir ao Ministério Púbico, ao Tribunal de Justiça, à imprensa, e nem tentar negociar com o governo. Todas as instâncias colocaram-se contra o Sindicato e os médicos. O Sinmed recebeu algum apoio na Assembleia Legislativa, com pronunciamentos de deputados cobrando solução para a greve, mas nada mais que isso. A não ser, o permanente apoio do deputado Judson Cabral, de que longa data acompanha as assembleias da categoria.
Então, veio de Brasília, em fevereiro, um importante apoio no Senado Federal. O Senador Fernando Collor de Mello (PTB), fez um duro pronunciamento denunciando o caos na saúde estadual, defendendo as reivindicações da classe médica e cobrando do governo do Estado uma solução para o impasse com a categoria, além da reestruturação da rede de atendimento, que há muito não garante à população a assistência devida.
Depois, o Senador Collor participou de uma assembleia com os médicos no Sinmed. Ouviu relatos de quem trabalha no HGE, Santa Mônica e outras unidades da rede. Recebeu uma cópia do relatório sobre o caos nas emergências públicas e pediu outra para levar a Brasília.
De volta à capital federal, procurou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, repassou todas as informações de que dispunha e conseguiu uma audiência para o Sinmed com o ministro. No dia marcado, o Senador Fernando Collor acompanhou o presidente do Sinmed, Wellington Galvão, na audiência.
O ministro Padilha já tinha conhecimento de todas as denúncias do Sinmed e também conhecia as reivindicações da categoria - trabalho do Senador alagoano. Padilha prometeu providências e disse até que tentaria mediar um entendimento entre as partes, e que convocaria o secretário da saúde de Alagoas para tratar do assunto. Ainda aguardamos resposta.
Ontem, o Senador Fernando Collor voltou a cobrar uma solução para a greve em pronunciamento no Senado Federal.
Também ontem, o Sinmed, por decisão de assembleia da categoria, foi ao encontro do Senador Renan Calheiros (PMDB) pedir a ele o mesmo apoio oferecido pelo Senador Collor. O que o Sinmed busca é uma conjugação de esforços no sentido de se obter uma reposta do governo que, quatro meses depois de iniciada a greve, só pensa em retaliação contra os médicos, enquanto se nega a discutir e negociar as reivindicações da categoria.
Agora, a expectativa é quanto ao resultado das novas cobranças do Senador Collor e das iniciativas que serão tomadas pelo Senador Calheiros. O peemedebista disse que vai ao ministro Padilha e também ao governador.
Enquanto esperamos, torcemos por bons resultados e convidamos outros parlamentares - representantes de Alagoas na Câmara dos Deputados, em Brasília, e na Assembleia Legislativa Estadual, para somar esforços e apoiar a luta dos médicos que é justa, digna e legal (ainda que a Justiça julgue diferente).