SIMERS adverte: Dilma faz demagogia com programa Mais Médicos |
08.07.2013
SIMERS convoca para assembleia geral
Médicos gaúchos farão assembleia geral estadual nesta quarta (10), às 19h, na sede da AMRIGS, em Porto Alegre, para decidir ações após o anúncio do programa Mais Médicos. Na quinta-feira (11), sindicatos de todo o País e entidades nacionais se reúnem em Brasília para definir medidas da categoria. Demagogia e caráter eleitoreiro do governo Dilma. Esta foi a definição do Sindicato Médico do RS (SIMERS) para o programa, lançado nesta segunda (8) pela presidente Dilma Rousseff.
A entidade considerou que a intenção de elevar em dois anos a duração do curso de Medicina (passando de seis para oito anos), prevista para 2015, servirá como bandeira para a presidente buscar a reeleição em 2014 e conseguir mão de obra barata. O SIMERS lamentou que a solução para assegurar médicos e estrutura na saúde pública não tenha incluído maior financiamento público e criação da carreira de estado para a categoria.
A proposta aponta ainda para a contratação de médicos formados no Exterior, que estarão dispensados de revalidar os diplomas, exigência prevista em lei no País. “O sentimento de cada médico que atua neste momento no Brasil é de desvalorização. A categoria mostrou a forma como espera que o governo construa uma saúde digna e com acesso a cuidados de qualidade e adequados, que seria a carreira de estado e investimentos para corrigir deficiências. A presidente buscou o caminho mais fácil, usa a saúde para garimpar votos”, lamentou o presidente do SIMERS, Paulo de Argollo Mendes.
O improviso marca o anúncio, já que as ações serão implantadas por meio de Medida Provisória (MP). Serão abertas mais de dez mil vagas para médicos. As que não forem preenchidas serão disponibilizadas a formados fora do País, que terão facilidades para conseguir atuar. Hoje são 400 mil médicos com registro no Brasil, o dobro do número que preconiza o Ministério da Saúde. Argollo adverte que a mudança na formação tenta copiar modelos da Inglaterra e Portugal, que não têm nada a ver com o que o governo propõe.
Os médicos cumprem mais tempo, mas fazem residência, com supervisão. “Aqui querem uma espécie de residência, mas sem supervisão, o que vira mão de obra barata”, alertou o presidente da entidade. “Na Inglaterra, todos os postos têm telefone e internet. Lá ninguém é obrigado a atuar desta maneira. Isso virou mais um coelho na cartola”, criticou Argollo. Em nota oficial, o Sindicato cobra aumento das verbas públicas, de 4,4% da receita bruta da União para 10%.
VEJA ÍNTEGRA DE NOTA OFICIAL DO SIMERS:
DEMAGOGIA
Diante do anúncio do programa Mais Médicos, o SIMERS considera:
1. A presidente Dilma vetou o projeto aprovado pelo congresso que passava 4,4% para 10% do Orçamento Geral da União para a saúde. Claramente, não quer investir mais na saúde.
2. O Brasil tem, segundo o Ministério da Saúde, o dobro do número de médicos que necessita. Falta uma carreira de estado a semelhança de juízes e promotores para interiorizá-los.
3. Não faltam faculdades. Temos mais escolas do que os EUA e a China.
4. Porto Alegre tem 4 vezes mais médicos do que a Inglaterra. E nossa saúde não é melhor do que a deles.
5. Casualmente, a ampliação do curso de Medicina de 6 para 8 anos inicia em 2015, depois da eleição presidencial de 2014.
O prefeito Fortunati criou o IMESF (Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família), que seria a solução para todos os problemas da saúde na Capital. O IMESF serviu apenas para ajudar o prefeito a se eleger.
Ao que se vê, o programa Mais Médicos serve apenas para ajudar a reeleger a presidente Dilma em 2014.