Cuba abrirá no dia 1º de novembro o escritório regulador do porto de Mariel, que atenderá pedidos de investidores estrangeiros para essa nova Zona Especial de Desenvolvimento (ZED), anunciou nesta sexta-feira um de seus diretores.
Oscar Pérez, diretor de Avaliação de Negócios, disse que a entidade - anexa ao Conselho de Ministros - administrará a Zona, tramitará pedidos, licenças e permissões, assim como controlará o programa de desenvolvimento.
Localizado a 50 km a oeste de Havana, o porto de Mariel, cenário do êxodo de 125.000 pessoas em 1980, foi modernizado com crédito e tecnologia brasileiros para receber navios de grande calado, em consonância com a ampliação do canal do Panamá.
Além do porto, cuja primeira fase será inaugurada em janeiro pelos presidentes Dilma Rousseff e Raúl Castro, a zona contará com um enclave industrial na zona franca.
A ZED "prevê estimular atividades relacionadas com o setor imobiliário, turismo, inovações tecnológicas, marítimo-portuárias, logísticas, agropecuárias, produtivas e de serviços", disse Pérez citado pela Agência de Informação Nacional (AIN).
No encerramento, em Havana, do IX Encontro Internacional de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro, Pérez enfatizou que a abertura da ZED impulsionará "a geração de novos empregos" em Cuba, "o fomento das exportações, a diminuição das importações, a concentração industrial e o uso de tecnologias limpas que respeitem o meio ambiente".
O anúncio da abertura do escritório foi precedido por uma viagem internacional do ministro de Investimento Externo e Comércio Exterior, Rodrigo Malmierca - atualmente em Moscou - dedicada a atrair potenciais investimentos.
A convocatória aos investimentos pode ser afetada pelo processo de unificação monetária anunciado na terça-feira pelo governo e considerado a reforma mais importante das empreendidas por Raúl Castro.
O processo, que deve beneficiar substancialmente a economia, não está isento de riscos, segundo os especialistas.
"Os esforços que o governo realiza para atrair uma nova onda de investidores com o lançamento da nova zona franca de Mariel, vão ser sensivelmente impactados", disse Emilio Morales, presidente de Havana Consulting Group, em Miami, Estados Unidos.
"A incerteza da unificação das duas moedas constitui um elemento que, de imediato, tem um efeito retardador para os investimentos estrangeiras", opinou.
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