A falta de médicos na rede pública estadual de saúde está chegando a um limite insuportável. Na semana passada, o ambulatório de pronto atendimento do Hospital de Doenças Tropicais Dr. Hélvio Auto fechou por falta de médicos. A carência de profissionais já tinha reduzido o horário de funcionamento do ambulatório, mas a direção da unidade vinha empreendendo esforços para manter o serviço evitando o fechamento.
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Um processo seletivo simplificado chegou a ser realizado para recrutar médicos em caráter temporário, mas a baixa remuneração fez com que os profissionais selecionados desistissem do trabalho. O baixo salário tem sido o principal motivo da debandada de médicos da rede estadual de saúde – não só no HDT mas no Hemoal, HGE, Santa Mônica e ambulatórios 24h, entre outros.
Além de pagar muito mal pelos serviços de um médico, o governo também não oferece condições éticas de trabalho, expondo os médicos ao risco de erros ou da perda de pacientes devido à falta de recursos de diagnóstico, leitos para internação, terapia intensiva, etc. Essa falta de condições de exercício profissional também tem afastado os médicos da rede estadual.
Os profissionais que permanecem nos seus postos de trabalho sofrem com a sobrecarga de serviço e também com a falta de estrutura para atendimento da demanda. Enquanto isso, o governo não reconhece a necessidade de melhorar a remuneração, reestruturar a rede de atendimento e realizar concurso para contratar mais médicos, em substituição aos que pediram demissão, aos que se aposentaram e também por conta do aumento da demanda de pacientes.
Embora setores do governo não reconheçam a importância do HDT para a rede pública de saúde, o fechamento do ambulatório de pronto atendimento prejudica, e muito, a população. O HDT é a única referência no Estado para tratamento de doenças infectocontagiosas e parasitárias, além do atendimento de pacientes que se acidentam com animais peçonhentos, como cobras e escorpiões. A partir de agora, todos esses pacientes terão que procurar o HGE, que já não tem capacidade de atender nem à própria demanda.
Sinmed lamenta toda essa situação e espera que o governo do Estado e a Uncisal encontrem meios de resolver o problema de forma que o ambulatório volte a funcionar, e no mais curto espaço de tempo possível.