A Secretaria de Saúde de Maceió emprestou médicos do seu quadro para reabrir o ambulatório de pronto-atendimento do Hospital de Doenças Tropicais. Trata-se de uma solução paliativa, que não vai resolver o problema da falta de médicos no HDT e pode apenas atrasar, mais ainda, uma medida que o governo deveria ter adotado há muito tempo: realização de concurso público para médicos do Estado.
O HDT não é o único serviço de saúde que sofre com a falta de médicos. Faltam profissionais nos ambulatórios 24 horas, no Hemoal, Santa Mônica, Portugal Ramalho e até no HGE. Além da perda de quadros por morte de médicos e aposentadorias, os salários aviltantes e a falta de condições de trabalho levaram muitos médicos a pedir demissão de seus cargos efetivos.
Muitos profissionais contratados através do último concurso para médicos, realizado em 2003, pediram demissão pouco tempo depois de assumirem os cargos. Outros aguentaram até 2007, quando foi registrado um elevado índice de demissões voluntárias, principalmente depois da greve da categoria.
Nos últimos anos, as demissões continuaram acontecendo, com muitos profissionais optando por deixar Alagoas em busca de melhores salários e condições de trabalho. Concursos públicos realizados em Pernambuco e outros estados da região atraíram e aprovaram médicos alagoanos de várias especialidades que foram efetivados e deixaram Alagoas de vez. O governo, agora, precisa trabalhar para recompor o quadro de médicos.
A fixação da GPF ao salário-base ainda não melhora, mas abre expectativa de melhorias salariais significativas na remuneração da categoria. Só falta o governo reconhecer definitivamente que não pode mais adiar a realização de concurso para a Saúde – não apenas para médicos, mas para todos os servidores de níveis superior e médio que servem de suporte para o trabalho do médico.
A assistência médica à população nos hospitais e demais unidades da rede estadual só vai melhorar quando tiver profissionais em quantidade suficiente para atender à demanda.