A segunda etapa do programa “Mais Médicos” faz chegar ao Rio Grande do Norte, a partir desta segunda-feira 2, cerca de 90 médicos estrangeiros. O programa faz parte de um pacto de melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), que prevê mais investimentos em infraestrutura dos hospitais e unidades de saúde, além de levar mais médicos para regiões onde há escassez e ausência de profissionais. Mas de acordo com o presidente da Fenam, o verdadeiro objetivo da vinda desses profissionais ao Brasil é político e tem como principal beneficiada a presidente Dilma Rousseff: “Eles (os médicos estrangeiros) vieram aqui para o Brasil para fazer política para a presidente Dilma Rousseff”.
Geraldo Ferreira alerta ainda para o risco que as populações que serão assistidas por esses profissionais correm ao serem atendidas por médicos com, segundo ele, uma formação duvidosa. “O programa é uma fraude imensa do ponto de vista trabalhista e é uma enganação para a população. Eu tenho muito dó dessas populações que vão ser jogadas nas mãos de médicos que não sabemos especificamente a sua qualificação. O curso de medicina em Cuba é um curso que não se aproxima sequer do curso de enfermagem no Brasil; é um curso de dois anos e meio”, alerta.
Geraldo diz que há uma série de irregularidades permeando a vinda dos médicos estrangeiros para o Brasil. Uma delas é a intermediação feita pela Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), órgão que não possuiria legitimidade para essa realização e que ainda está recebendo R$ 25 milhões do governo federal para fazê-la.
Outra irregularidade constatada por ele é o valor recebido pelos médicos, quantia que é bem abaixo do valor que é repassado pelo governo brasileiro. “O governo federal repassa R$ 10 mil por cada médico, que ao final receberão menos de R$ 1 mil. Então há um desvio escandaloso de mais de R$ 9 mil por cada médico. Suspeita-se que seja para pagar obras de infraestrutura que estão sendo feitas em Cuba por empreiteiras brasileiras, que certamente voltarão no formato de financiamento de campanhas em 2014”, diz.
O presidente da Fenam denuncia ainda que os médicos cubanos chegam ao Brasil “submetidos a um regime militar. Eles não podem abrir a boca, não podem falar com a imprensa, não podem denunciar pelas condições de trabalho; eles vêm sob a tutela da ditadura”. Geraldo detalha que a desigualdade a que os cubanos são sujeitos no Brasil se dá na forma de acesso limitado à internet (rede liberada apenas para alguns sites), recebem salários abaixo do que os outros médicos recebem e não podem denunciar as condições de trabalho encontradas no país, sendo submetidos ainda a um supervisor militar que fica responsável por um número determinado de médicos. “É uma vergonha que o Brasil tenha adotado esse modelo. No regime a que eles estão submetidos eles não podem nem sair depois das 18h de suas moradias sem avisar ao seu supervisor”.
Fonte: Jornal de Hoje & FENAM