A Justiça gaúcha avalizou a contratação de 16 médicos uruguaios pela Fundação Hospitalar de Quaraí, na fronteira do Brasil com o Paraguai, dispensando a revalidação dos diplomas dos estrangeiros. Não foi a primeira vez que isso aconteceu e decisões como essa estão se tornando comuns em Estados da fronteira com países como Uruguai, Paraguai e Argentina.
O programa Mais Médicos abriu um precedente perigoso, e a dispensa do Revalida para os médicos do programa federal está sendo usada pelas prefeituras para ingressar na Justiça com ações pedindo a inscrição no CRM de profissionais importados sem que eles comprovem a formação e se estão aptos a trabalhar no Brasil.
“Será que se advogados de outros países resolvessem atuar aqui conquistariam na Justiça o direito de obter registro na OAB sem fazerem o Exame da Ordem?”, questiona o presidente do Sinmed, Wellington Galvão, que acha que a Justiça brasileira está se voltando contra a Medicina brasileira e contra a população. “Em qualquer país, um médico estrangeiro precisa ter o diploma revalidado para poder exercer a profissão. O Brasil pega qualquer um e não que nem saber se é médico”, reclama.
Para Galvão, a decisão do governo de obrigar os CRMs a registrar os médicos importados do Mais Médicos sem o Revalida já resultou em muitos prejuízos para a população. Medicações erradas, superdosagens de antibióticos, diagnósticos descabidos, pedidos de exames errados e até a prescrição de medicamentos de uso veterinário para os pacientes estão entre os muitos absurdos já cometidos por médicos estrangeiros, principalmente cubanos, amplamente divulgados nos últimos meses.
Em um caso recente, de 19/12/2013, uma médica cubana que atua no município de São Miguel (RN), prescreveu para um paciente uma ampola de Diclofenaco Venoso. A prescrição circula nas redes sociais com o título de “Receita Assassina”. Quem é da área sabe que tal prescrição atesta pelo menos duas coisas: 1. Desconhecimento de Medicina. 2. Falta do conhecimento de Farmacologia que todo médico precisa ter.