A decisão do Ministério da Saúde de não promover ou financiar pesquisas em busca de tratamentos e da cura para a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é lamentável. Em todo o mundo, governos têm se interessado em apoiar esse tipo de pesquisa, cujos resultados poderão representar desde o aumento da expectativa de vida e melhoria da qualidade de vida das pessoas acometidas pela doença até formas de detectá-la precocemente, prevenir e até curar.
Em Alagoas, o assunto ganhou visibilidade nos últimos tempos devido à mobilização do médico Hemerson Casado Gama, diagnosticado há cerca de dois anos. Inconformado, o médico passou a pesquisar tudo que já se conhecia sobre a doença. Idealizou e lançou a campanha “Dê um milhão para ELA”, definida como “uma forma de mostrar o potencial da população através do esforço pessoal e coletivo de informar, divulgar e angariar fundos em prol de pesquisas científicas sobre o tratamento da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)”.
Profissional competente, bem preparado, dinâmico, o médico Hemerson Casado desistiu de lutar e iniciou uma greve de fome. As limitações impostas pela doença e a dificuldade em sensibilizar o governo a apoiar a campanha e fazer sua parte, investindo em pesquisas, desanimaram o paciente que era um ativista em prol de uma causa que certamente beneficiaria muita gente.
A doença é incurável e, infelizmente, não há nada que possa ser feito para minimizar o sofrimento e o sentimento de impotência de seus portadores, familiares e amigos. A greve de fome, porém, parece uma determinação extremada, com potencial de impor ainda mais sofrimento tanto ao doente quanto aos seus familiares.
O Sinmed condena a postura do Ministério da Saúde, entende a decisão do Dr. Hemerson quanto ao afastamento da campanha, mas lamenta profundamente a greve de fome. Externa aqui sua solidariedade ao médico e a expectativa de que busque outra forma de enfrentar todos os desafios que sua condição impõe.