A epidemia, a maior desde que o vírus do Ebola foi descoberto em 1976, já matou mais de 3.100 pessoas na África Ocidental em seis meses.
O governo da Serra Leoa viu-se hoje forçado a negar que o Ebola tenha sido erradicado, depois de milhares terem ocupado as ruas de cidades provinciais congratulando-se com o que pensavam ser o fim da epidemia.
Segundo testemunhas, multidões ocuparam as ruas de Makeni, (norte) cantando "o Ebola foi derrotado", na noite de segunda-feira para hoje, depois de um grupo de suspeitas vítimas da doença ter sido libertado de um centro dado os resultados dos seus testes terem sido negativos.
"Isto foi mal interpretado, como se o município estivesse livre do Ebola e a notícia (...) levou centenas para as ruas para celebrar", disse Moiwo Sesay, habitante de Makeni.
A polícia antimotim dispersou a multidão e determinou o recolher obrigatório entre o anoitecer e o amanhecer, disseram testemunhas à agência France Presse. Não há registo de mortos ou de feridos graves.
Makeni, a 195 quilómetros a norte de Freetown, é capital do distrito de Bombali, um dos quatro em quarentena no país devido à epidemia da febre hemorrágica Ebola. A cidade tem registados 220 casos confirmados da doença e 172 mortes (confirmadas ou prováveis).
Testemunhas dizem que cenas semelhantes de celebração ocorreram na cidade de Port Loko (noroeste), a capital do distrito com o mesmo nome que também está em quarentena.
"O governo da Serra Leoa não declarou o fim da doença do vírus Ébola... e ainda está muito ocupado a aplicar medidas para interromper a cadeia de transmissão e, eventualmente, controlar a doença, que se está a espalhar rapidamente por todo o país", informou o Ministério da Saúde.
No comunicado, recorda-se que o país continua em estado de emergência, que interdita as concentrações públicas.