Uma faca de dois gumes: a terapia Antirretroviral Altamente Ativa (HAART) contra o HIV,colabora para a incidência do aumento de sífilis, ao alterar a imunidade favorecendo o Treponema pallidum ?
Um novo estudo de pesquisadores está propondo uma razão biológica por trás do "espantoso" aumento nos casos de sífilis, dizendo que o comportamento sexual de alto risco não explica os surtos que estão acontecendo.
Surtos de sífilis têm crescido em todo o mundo, incluindo o Canadá - principalmente entre os homens que têm relações sexuais com homens, muitos dos quais estão tomando medicamentos anti-retrovirais para o tratamento do HIV, diz o estudo .
Pesquisas anteriores especularam que os novos e altamente eficazes tratamentos contra o HIV haviam encorajado comportamentos sexuais de alto risco.
No entanto, o principal autor do estudo disse que não faz sentido ter uma única explicação, porque outras doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia e gonorreia não estavam subindo tão rapidamente.
"Isso me levou a acreditar que deve haver algo mais acontecendo", disse Michael Rekert, professor clínico da Escola de População e Saúde Pública da Universidade da Columbia Britânica, em um comunicado à imprensa.
O estudo, publicado nesta semana na revista Sexually Transmitted Infections , propõe uma outra possível causa - que a terapia contra o HIV em si pode tornar os pacientes mais vulneráveis à sífilis.
"O que estamos hipotetizando é que há uma razão adicional, além de comportamento de risco, por que estamos vendo esse aumento nos casos de sífilis", disse Caroline Cameron, uma microbiologista da Universidade de Victoria e co-autor do estudo.
No Canadá, por exemplo, de 2005 a 2014, os casos de sífilis aumentaram 90,6 por cento, muito mais do que clamídia (39,9 por cento) e gonorréia (63,8 por cento).
Biologia versus comportamento
O artigo não demonstrou que a terapia contra o HIV tem este efeito na sífilis, mas examina o caso.
"O que estamos hipotetizando é que a terapia contra o HIV está alterando a resposta imune ... de uma forma que está aumentando a suscetibilidade ao patógeno", disse Cameron. "É necessário um estudo mais aprofundado."
Os autores são claros: as drogas anti-retrovirais são vitais para pessoas com HIV e não devem ser interrompidas, mesmo que tornem alguém mais vulnerável à sífilis.
Mas é importante explorar a conexão, com testes de laboratório e outros trabalhos, disse Cameron.
"É importante que as pessoas saibam que existe esse risco, e se é real", disse ela.
Ela diz que as pessoas em risco podem ser rastreadas mais regularmente para infecções sexualmente transmissíveis ou até mesmo ter terapias sob medida com base no impacto sobre o sistema imunológico da pessoa.
Traduzido e editado pelo Blog Alagoas real
Se copiar ou criar link,é obrigatório citar a fonte
Do original e o blog ALAGOAS REAL
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http://sti.bmj.com/content/early/2016/11/30/sextrans-2016-052870
http://www.cbc.ca/news/canada/british-columbia/syphilis-hiv-study-1.3939462