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Ministério da Saúde estuda vacinar todas as crianças do País contra febre amarela
Desde o início do ano, a doença foi confirmada em 70 pacientes, com 40 mortes. Há ainda outros 364 casos em investigação - dos quais 49 são óbitos. Os registros foram feitos nos Estados de Minas, Espírito Santo, Bahia, São Paulo e Bahia.
O Ministério da Saúde vai discutir a incorporação da vacina contra febre amarela para crianças de todo o País. Atualmente, o imunizante é indicado para maiores de seis meses que vivem em áreas consideradas de risco.
Uma corrente de pesquisadores, no entanto, avalia ser necessária a extensão da proteção para crianças de todo o território nacional. O diretor do departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, afirmou que a discussão será feita por um comitê assessor do ministério. Ela somente será retomada, no entanto, depois de encerrado o surto da doença, o pior enfrentado no Brasil nos últimos 14 anos.
O professor da Universidade de Brasília, Pedro Tauil, afirma ser preciso avaliar a possibilidade de se estender a recomendação de vacina contra a doença para todo País. O infectologista da Fundação Oswaldo Cruz e especialista em febre amarela, André Siqueira, é de opinião semelhante. Ambos afirmam, no entanto, que a discussão da medida deve ser feita somente depois de concluído o surto enfrentado no País. "A vacina contra febre amarela tem riscos, contraindicações", afirmou Tauil.
Ele observa que, em momentos como o de agora, a atenção deve ser concentrada para população que de fato está sob risco imediato da doença. "Passado esse período, quando a vacina é incorporada na rotina, profissionais de saúde têm melhores condições de se avaliar caso a caso." A estratégia, avaliam, seria importante para tentar aumentar a cobertura vacinal da doença. "A mobilidade hoje é enorme. Muitas vezes a pessoa se dirige a uma área considerada de risco e não se dá conta disso", afirma Siqueira.
EBC
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